sábado, 30 de janeiro de 2016

Planos de aula


 Apesar de termos de produzir planos de aula com muita frequência, este é um tema que gera inúmeras discussões e dúvidas entre os professores de todos os níveis de ensino. Por isso, hoje quero destacar o modelo de plano de aula que eu sigo, baseado na pedagogia histórico-crítica, o plano que será apresentado é descrito no livro "Uma didática para a Pedagogia Histórico Crítica" escrito  por João Luiz Gasparin. Apesar de ser bastante complexo, este modelo de planejamento é bastante completo e nos permite a reflexão diária acerca de nossas escolhas enquanto professores.
http://www.skoob.com.br/livro/73760
A Pedagogia Histórico-Crítica tem como pressuposto que o conhecimento é uma construção histórica e coletiva e, por isso, deve ser socializado, cabendo à escola esta socialização. Por isso, a importância do domínio do conteúdo, sendo este, por sua vez, um instrumento transformador da realidade. O conteúdo, por sua vez, deve estar relacionado com a prática social do aluno para que seja apreendido com visão de totalidade e criticidade.
Desta forma, o professor deve partir da realidade do aluno, de como ele a percebe e como se relaciona com ela. O resultado final deste processo também deve estar relacionado com a realidade do aluno, pois este deve se ver como indivíduo modificador e, principalmente, desenvolver uma visão mais elaborada, sistematizada e crítica de sua realidade para transformar qualitativamente sua intervenção na mesma. Assim, a mediação do professor tem papel fundamental no desenvolvimento de uma aula que seja capaz de levar o aluno a estabelecer relações, analisar, refletir e construir sua autonomia intelectual.
No momento de planejar a aula o professor deve ter clareza de seus objetivos, domínio do conteúdo e consciência das relações entre seu conteúdo com a prática social a fim de que o aluno possa compreender a função social do conteúdo trabalhado.

Planejamento

Instituição:
Disciplina:
Série:
Horas-aula necessárias para o desenvolvimento:
Professor:

  1. Prática Social Inicial: (como você irá abordar o conteúdo)
1.1 Conteúdo: (listar os conteúdos em tópicos)
1.2 Vivência do conteúdo: (diálogo e discussão coletiva, anotar o conhecimento dos alunos, esclarecer o levantamento da realidade sobre o tema: - O que os alunos já sabem sobre o conteúdo; - O que os alunos gostariam de saber mais)

     2. Problematização: Transformar o conteúdo em questões desafiadoras que levem os alunos a quererem saber mais sobre o conteúdo; mostrar a relação entre o conteúdo e a prática social
     3. Discussão sobre o conteúdo: Identificação e discussão sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo; - Transformação do conteúdo e dos desafios da prática social inicial em questões problematizadoras/desafiadoras
3.1 Dimensões do conteúdo a serem respeitadas:
  • Conceitual: conceitos, cientificidade.
  • Histórica: construção histórica deste conteúdo.
  • Econômica: relações possíveis - consumismo, economia doméstica, etc.
  • Social: relações necessárias com a prática social do aluno.
  • Legal: implicações com a lei. Existe legislação sobre este tema?
  • Estética/afetiva: relações possíveis.
  • Religiosa: relações possíveis.
  • Cultural: relações possíveis.
       4. Instrumentalização
4.1 Ações docentes e discentes - Metodologia
4.2 Recurso
        5. Catarse
5.1 Síntese mental do aluno - momento em que o aluno manifesta para si o que aprendeu, o que incorporou além do que já sabia sobre o assunto.
Ex.: Em relação ao conteúdo, quais os novos conhecimentos que se espera que o aluno incorpore? Síntese dos conteúdos necessários - através de levantamento de tópicos, síntese individual, produção de texto coletivo, entre outros.
5.2 Expressão da síntese (Avaliação) : Criar condições para o aluno expressar os novos conhecimentos: provas, debates, apresentações, etc.
        6. Prática Social Final:
Ações concretas da função social do conteúdo.
Ex.:
Intenções do aluno:
Aprender mais sobre os ritos de passagem / Perguntar à sua família e comunidade quais os ritos pelos quais eles passaram

Ações do aluno:
Ler mais sobre o tema / Assistir a um filme / Pesquisar na comunidade / conversar com a família / etc.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A tatuagem e o preconceito por causa da tattoo

Entre os povos que a criaram, a tatuagem era, e ainda é, parte da cultura dos ritos de passagem e das diferenças entre tribos e classes sociais. O problema começou quando os europeus tomaram para si o hábito de tatuar a pele. Os marinheiros das expedições capitaneadas pelos desbravadores da Oceania, como John Cook, foram os primeiros a levar ao Velho Mundo as próprias cútis com os elaborados desenhos.
tatuagem foi banida e proibida na Europa no primeiro século depois de Cristo pelas autoridades religiosas, por ser considerada um vilipêndio à santidade do corpo, que era considerado o “templo do Espírito Santo”. Junte-se a isso a má fama que os marinheiros tinham (essa classe de profissionais era formada primordialmente por ex-detentos e condenados pela Justiça à prisão ou à forca) e teremos a gênese do preconceito contra tatuagens.

O preconceito contra tatuagens na era moderna

Boa parte do preconceito contra tatuagens provém da cultura cristã, como citado acima, mas havia também uma grande questão social que embutia ainda mais preconceito contra os desenhos feitos na pele. Os primeiros homens a aparecerem em público com tatuagens eram os já citados marinheiros, cuja má fama os precediam. Junte-se a isso o hábito que a Igreja Católica tinha de estigmatizar algumas pessoas que cometiam “pecados” com letras e desenhos tatuados, e temos aí uma união de ideias que levou a seguinte linha de raciocínio:
  • Pessoas tatuadas pela Igreja eram pecadores, portanto indignos.
  • Marinheiros tatuados eram prisioneiros condenados e que cometeram crimes diversos.
  • Portanto, toda pessoa tatuada era um potencial criminoso ou pecador.
Esse silogismo simplista deu à tatuagem (ou tattoo, como imortalizado pelo capitão John Cook) o terrível estigma de “coisa de pessoas sem valor social”, ou simplesmente “coisa de bandido”.

A tatuagem e o preconceito hoje

A tatuagem passou quase todo o século XX sofrendo com o preconceito ancestral herdado desde a Idade Média, mas graças ao culto à personalidade criado pela mídia para poder falar sobre cantores, atores e diversas personalidades notórias, a tatuagem começou a ser vista também como uma forma de expressão artística. A partir da “invenção da juventude” como mercado consumidor, em meados da década de 1950, e dos ditames estéticos propagados pelos ídolos desta juventude, principalmente cantores de rock, a tatuagem começou a sair do gueto e invadir os “grandes salões da sociedade”.
Se hoje os estúdios de tatuagem multiplicam-se graças a uma horda crescente e insaciável de jovens e adultos que aderem à tatuagem como forma de expressão e homenagem, há também um grande preconceito profissional contra a tatuagem, principalmente nas profissões mais tradicionais, como médicos, engenheiros e advogados. A visão do público ainda é altamente preconceituosa, e isso dita a contratação ou não de um profissional tatuado.
A tatuagem não é mais demonizada pela população como antigamente, e isso se deve à adesão de pessoas famosas que são adoradas pelo público e que aparecem ostensivamente na mídia mostrando sem pudor as tatuagens que cobrem partes visíveis do corpo. O principal foco de preconceito contra tatuagens ainda é o mercado de trabalho, mas setores mais conservadores da Igreja católica, seitas neoevangélicas e até mesmo cidades interioranas com prefeitos conservadores mantêm a tatuagem em um gueto de desprezo, ojeriza e até mesmo ódio.

Texto disponível em: http://tatuagemtattoo.com.br/a-tatuagem-e-o-preconceito-por-causa-da-tattoo/

Tatuagem Tebori, Irezumi e Horimono – História e curiosidades

Tatuagem Tebori, Irezumi e Horimono. Se para os polinésios e aborígenes a tatuagem tinha status de rito de passagem e para os ocidentais é uma forma de ornamento, para os japoneses há toda uma história envolvendo a tatuagem, passando pelo orgulho samurai em ostentá-los como prova de valor para os guerreiros, punição para criminosos e chegando até a proscrição pura e simples dos dias de hoje graças à ligação das tatuagens com a Yakuzá, a máfia japonesa.
Os nomes das técnicas de tatuagem refletem, de forma sintática, as facetas dadermopigmentação japonesa: Tebori, Irezumi e Horimono.
Tudo sobre Tebori, Irezumi e Horimono.

A técnica Tebori e a tatuagem Horimono

origem da técnica de tatuagem Tebori data do período feudal do Japão, mais especificamente do chamado período Edo (1603 – 1868), o último xogunato japonês antes do período moderno. A tatuagem Tebori consiste na aplicação do pigmento que formará o desenho através de agulhas finas colocadas em um haste de bambu ou de madeira. O passo a passo simplificado é o seguinte:
  • Obtém-se as tintas (mais correto é chamá-las de pigmentos, mas usaremos a palavra tinta para efeitos de simplificação) através da maceração de plantas, quando se quer paletas coloridas, e do uso de uma pedra transformada em pó para tons cinza, mais usados nos contornos.
  • Coloca-se as agulhas na ponta da haste. A quantidade de agulhas será determinado pelo tipo de aplicação. Para definir contornos, usa-se no máximo cinco agulhas; linhas grossas pedem pelo menos dez; sombreamentos e preenchimentos precisam de pelo menos 30 agulhas enfileiradas.
  • Embebe-se as agulhas nas tintas previamente preparadas e insere-se as pontas através de batidas precisas que perfuram a pele e inserem a tinta na derme
O método Tebori de tatuagem não é indolor. Os entusiastas desse tipo de tatuagem afirmam que essa dor não é intensa e que os danos à pele são menores, proporcionando uma cicatrização mais rápida. O resultado final é a tatuagem que se chama Horimono.

Diferenças entre tatuagens Horimono e Irezumi

Não há, em termos semânticos, uma diferença grande entre as duas nomenclaturas usadas para definir as tatuagens feitas pelo método Tebori. Contudo, quando se fala em termos culturais e sociológicos, os termos tomam relevância de status social e pessoal, passando pelo intangível conceito de honra, tão importante para os japoneses.
  • Uma tatuagem Horimono já foi um símbolo de status guerreiro, mostrando a capacidade de luta de samurais que ostentavam desenhos finamente ornamentados e representativos. Contudo, os xoguns do período Edo associaram a tatuagem Horimono ao estigma da criminalidade, já que a tatuagem substituiu o corte das cartilagens do rosto – nariz e orelha – como marca de condenação.
  • Graças a essa nova utilização punitiva da tatuagem, ela teve seu nome mudado para tatuagem Irezumi, que muitos traduzem como “tatuagem como punição”. Essa nova forma de ver a tatuagem serviu para torná-la, em determinados círculos criminosos, como prova de resistência contra as leis estabelecidas. As famosas tatuagens Tebori ostentadas pelos membros da Yakuzá, a máfia japonesa criada nos estertores do período Edo, têm a clara função de serem a expressão da ligação entre os membros da organização.

O método de tatuagem Tebori no Brasil

Aqui no Brasil não existem muitos tatuadores que utilizam as hastes da técnica Tebori, mas os poucos existentes são muito procurados por quem deseja ter representações pictóricas fidedignas do estilo feudal japonês pelo corpo. Tatuadores que fazem desenhos Horimono tradicionais (uma dica: nunca diga a palavra Irezumi para se referir à tatuagem a um profissional que usa o método Tebori) não fogem dos desenhos representativos da cultura e do folclore do Japão.
Os desenhos da tatuagem Tebori mais comuns são representações de samurais, gueixas, tigres, dragões, demônios, peixes como a carpa e ideogramas japoneses. Flores e formas abstratas também cobrem a pele de quem se submete à técnica das hastes Tebori. Se você pretende tatuar seu corpo com esse tipo de tatuagem e tem viagem marcada ao Japão, cuidado ao mostrar a pele tatuada, pois muitos ligam a Horimono à Yakuzá, inclusive a polícia.

Texto disponível em: http://tatuagemtattoo.com.br/tatuagem-tebori-irezumi-e-horimono-historia-e-curiosidades/

Significados das tatuagens mais populares para homens e mulheres

Mesmo que o Ocidente tenha desvirtuado a simbologia da tatuagem ancestral, tornando-a apenas um ornamento, inconscientemente há uma busca por elementos significantes que exprimam sentimentos, crenças e filosofias universais e pessoais. Basta observar as tatuagens mais populares e  investigar, mesmo que superficialmente, a vida do tatuado ou tatuada. Mesmo que o primeiro impulso seja estético, a escolha do desenho irá carregar muito do que a pessoa é e acredita. Eis os significados das tatuagens!
Algumas lembranças incrustadas na pele tatuada são propositais, como escrever o nome dos filhos, pais e irmãos, o que denota o apreço e o respeito. Quem leva consigo o simbolismo inconsciente dos desenhos escolhidos é a mulher, graças a séculos de repressão e proibições. Por mais que a tatuagem feminina seja em sua maioria composta de desenhos delicados, a alusão à liberdade e ao rompimento de grilhões fica estampada em diversas representações pictóricas.
Os homens também municiam-se dos significados das tatuagens ao escolher um desenho, mas a transgressão é implícita e faz parte do pacote de afirmação masculina, atávica e inevitável. Alguns equívocos são cometidos graças a interpretações errôneas de certos símbolos e marcas, mas o homem literalmente passa por cima desses erros, recriando a imagem. Veja o significado de algumas tatuagens segundo a percepção de tatuadores.

Significado da tatuagem feminina: as mais populares entre as mulheres

  • Corações estilizados – é a tatto feminina por excelência, graças à conotação romântica dada ao desenho. Não raro, uma miríade de coraçõezinhos habita omoplatas e pulsos de mulheres apaixonadas.
  • Borboletas – mais simbólico, impossível. Representa a metamorfose, a liberdade do casulo e a obtenção da liberdade. Braços, tornozelos e a região abaixo do umbigo são as preferidas para estampar os lepidópteros.
  • Estrelas – costuma ser uma tatuagem delicada e de pequeno porte, presentes em nucas e pulsos, mas não se engane. O desejo de brilhar é inversamente proporcional ao tamanho da tatuagem, ainda mais se houver mais de uma.
  • Flores – mais simbologia de liberdade e autoafirmação. O desabrochar e a beleza de uma menina que transforma-se em mulher fazem das rosas, lírios e margaridas um hit em omoplatas e pernas.
  • Representação do signo – a busca da sorte e das respostas escritas nas estrelas, além das justificativas por comportamentos recorrentes, como “eu sou assim porque sou leonina” ou “não mexa com uma capricorniana”, fazem dos símbolos zodiacais uma escolha bastante popular. Pulsos e tornozelos, em geral, são ornamentados pelos desenhos.
  • Frases em línguas estrangeiras – muitas as escondem na nuca ou nos pés, como um segredo a ser desvendado por quem mereça ler. Frases em Inglês ou Latim são muito apreciadas.
  • Imagens celtas, principalmente o trisquel – pode-se dizer que as imagens oriundas da cultura celta estão para as mulheres assim como as tatuagens tribais estão para os homens. O trisquel, símbolo circular das trindades místicas, permite diversas interpretações, dependendo do talento do tatuador.
  • Golfinhos – a idealização do “macho alfa” sob a ótica feminina: inteligente, companheiro, bem humorado e bonito.
  • Abstrações e arabescos – versão delicada das tatuagens tribais masculinas. No caso destas representações, os traços são mais finos e curvilíneos, com poucas arestas e muitas pontas. Algumas mulheres acrescentam uma flor à composição, como se o desenho abstrato fosse o caule.
  • Fadas – um tom pueril mas com conotação fantástica, vem do desejo em permanecer sempre  bela, luminosa e inocente em um mundo monocromático e frio. Fadas são colocadas em locais onde apenas alguns possam observar claramente, como os tornozelos.

Significados das tatuagens mais populares entre os homens

  • Símbolos tribais – além da beleza abstrata, as tatuagens inspiradas nas tatuagens polinésias e maori evocam uma virilidade que chama para a luta e o confronto, mesmo de forma subliminar.
  • Tigres – animais sagrados no budismo, quando representados de forma anatomicamente semelhante ao bicho, podem simplesmente significar força e uma certa dose de raiva. Há quem veja no tigre uma sutileza em observar antes de agir próprias dos líderes.
  • Dragões – os seres mitológicos possuem um caldeirão de significados. Liberdade, poder, resolutividade, alegria, assertividade, confiança sem empáfia. Juntamente com as cores, podem refinar o significante.
  • O nome da mãe – muitos consideram a figura materna uma das únicas, senão a única, figura confiável o suficiente para merecer uma lembrança indelével. Considerações pessoais e filosóficas à parte, braços, antebraços e dorsos são os locais prediletos para a confecção da tatuagem.
  • Fênix – a ave que consegue renascer após virar cinzas é muito usada por homens que passam por situações-limite.
  • Máscaras maori – nem todos tem a coragem ou a disposição de tatuar o rosto como os guerreiros maori, por isso usam o braço para representar um rosto delineado pelas formas marcantes da tatuagem maori.
  • Cavalos – virilidade e liberdade. O cavalo tem uma importância cabal na história do homem. Não por acaso, a potência dos motores ainda hoje é baseada na força dos equinos.
  • Caduceu – o bastão de Hermes, o deus grego dos viajantes e símbolo da Medicina em alguns países (o Brasil usa o bastão de Esculápio), é escolhido graças à bela forma e também para representar agilidade, vida e cura.
  • Urso – a imagem do ser indomável e forte, que não se rende aos desígnios do destino e toma para si a responsabilidade pela sua vida, com tudo de bom e ruim que isso possa acarretar.
  • Heróis e vilões de quadrinhos – podem chamar isso de a vingança dos nerds, já que gostar de cultura pop deixou de ser coisa de “gente esquisita” para tornar-se um mercado milionário. De Homem- Aranha a Batman, há espaço para todos.

O respeito às tatuagens claramente simbólicas

Muitos usam como inspiração os eventos midiáticos de massa para escolher um desenho para tatuagem. Embora a criatividade do cliente seja aparentemente o limite para a execução da tattoo, é preciso atentar ao significado social e religioso de algumas tatuagens. O uso de tatuagens com motivos budistas por pessoas que não seguem a doutrina de Buda pode ser considerada ofensiva por muitos.
Cuidado com imagens com valor estigmatizante (Estrela de Davi, cruz, suástica, caveiras com facas incrustadas) que são mal vistas por policiais ou determinados grupos religiosos e sociais. Na dúvida, fique sempre com representações e desenhos aceitos pela maioria, como os citados acima.

Galeria de fotos

História e origem da tatuagem – Tattoo maori, polinésia e tailandesa

Não é possível determinar o início daprática e técnica da tatuagem no ser humano, mas os indícios arqueológicos encontrados em corpos mumificados de pelo menos 5.000 anos dão uma ideia do valor ritualístico da tatuagem nos povos que viviam na antiguidade. Indícios de pigmentação em múmias encontradas no Egito, datadas entre 4.000 e 2000 antes de Cristo, foram encontradas principalmente entre as múmias femininas na região abdominal, sendo provavelmente uma evocação à fertilidade.
Desenhos de tattoo maori. (6)
Nesta mesma época, povos nativos da Nova Zelândia, Polinésia e Tailândia, entre outros oriundos da região do Oceano Índico, usavam a tatuagem para determinar ritos de passagem (adolescência, idade adulta), status sociais, ornamentos estéticos, religiosos ou de guerra, entre diversas interpretações inerentes a cada cultura.

A tatuagem no mundo moderno

Banida pela Igreja Católica no primeiro século depois de Cristo, a tatuagem sobreviveu de maneira clandestina na Europa, principalmente como estigma por identificar pretensos pagãos e criminosos, mas continuou na Ásia sem os empecilhos morais impostos pelas autoridades cristãs. No século XVIII, o navegador inglês James Cook entrou em contato com nativos australianos e neozelandezes, os maori, e suas tatuagens rituais e sociais feitas no corpo e rosto. Os nativos chamavam a arte pelo nome onomatopaico de “tatau”, ruído provocado pela batida dada no osso fino que introduzia a tinta na epiderme. James Cook adaptou o nome para tattoo, fonte etimológica do nome da técnica hoje conhecida e reconhecida no mundo todo.

Evolução da tatuagem

Hoje em dia, ao invés dos ossos com pontas finas, usam-se aparelhos elétricos de tatuagem com agulhas feitas de aço cirúrgico e/ou inoxidável, esterilizável ou descartável. As tintas oriundas das árvores e pedras deram lugar a pigmentos minerais, e a qualidade das tintas escolhidas pelo tatuador determina tanto a forma quanto o tom, que devem ser muito bem realizados.
A depilação da pele a ser tatuada deve ser feita no próprio estúdio de tatuagem e feito com lâminas bem afiadas e descartáveis. Os nativos maoris, tailandeses e demais povos indígenas não tinham a preocupação de eliminar os pelos porque eles são naturalmente desprovidos deles.

Cuidados básicos com a tattoo

  • Todo o procedimento de tatuagem deve se preocupar com a higiene. O tatuador deve sempre usar luvas e máscaras para evitar prováveis contaminações.
  • O ambiente a ser usado na tatuagem precisa ser esterilizado com cuidado, para garantir a saúde tanto de quem tatua quanto de quem será tatuado. O uso de álcool é obrigatório.
  • No caso de uso de agulhas e ponteiras esterilizáveis, elas devem ser limpas pelo método de ultrassom e esterilizados em estufa que atinja uma temperatura igual ou maior do que 180º C.
  • Caso a escolha seja pelo uso de insumos de aço inoxidável, que eles sejam descartáveis e imediatamente descartados após o uso em um cliente, evitando assim possíveis transmissões de doenças como hepatite, tuberculose e AIDS, entre outras.

A polêmica sobre a tatuagem tailandesa

No ano passado, o governo da Tailândia decidiu orientar os famosos estúdios de tatuagem tailandesa a não fazer tatuagens com motivos budistas em estrangeiros que não seguem os preceitos da religião por considerar isso uma “prática ofensiva” ao budismo. As formas geométricas da tatuagem tailandesa atraíram um séquito de turistas ávidos por tatuar os belos desenhos, mas muitos tailandeses consideraram uma ofensa a Buda o uso ornamental de símbolos considerados sagrados. Apesar de não ser oficialmente proibida a confecção das tatuagens simbólicas em turistas estrangeiros, as autoridades da Tailândia querem contar com o apoio dos estúdios de tatuagem para não fazer os desenhos em quem não sabe o significado religioso deles.

Galeria de fotos de tatuagem e desenhos de tattoo Maori

Tatuagens sagradas - TAILÂNDIA

Já tinha ouvido falar nas tatuagens tailandesas e do profundo significado que elas carregam? Por sim ou por não, vamos ver um pouquinho sobre estas tatuagens, melhor conhecidas como “Sak Yant”.
O nome Sak Yant tem um significado bastante peculiar, o qual por si mesmo já pode nos dar uma boa ideia a respeito destas tatuagens: Sak significa tatuagem, e Yant, ou yantra, significa geométrico; não é difícil imaginar que estas tatuagens devem respeitar determinada estrutura e códigos que veremos a seguir.
O desenho geralmente deve fazer alguma alusão ao tigre, animal sagrado para os monges budistas que trás força e proteção, ou ao dragão, que significa força e sabedoria. Também podem-se ver tatuagens geométricas escritas em Khmert.
Estas tatuagens na realidade apareceram antes do budismo e inclusive antes disso. Contam as antigas lendas que os Ruesim uns sacerdotes/ermitões do bosque que praticavam mágica foram os que descobriram o Yant.
Os Ruesi eram também conselheiros mágicos (geralmente de pessoas importantes como reis e imperadores que os empregavam) que forma muito populares e expandiram suas crenças na Índia, sendo eles os que estabeleceram as regras para realizar estas tatuagens.
tatuagens tailandesas
Os “Sak Yant” eram tatuados nos guerreiros com a finalidade de protegê-los contra a penetração das armas, e os tailandeses acreditavam quem si estavam cobertos por estas tatuagens suas peles seriam mais escorregadias e difíceis de capturar durante uma batalha.
Cada Yant possui uma oração mantra em especial, e normas para sua estruturação. Por exemplo, cada Yant deve ser traçado em uma línea contínua sem levantar o lápis (ou instrumento de escritura que estiver sendo usado), por isso podem ser apreciadas muitas líneas curvas. Toda a figura mostra uma única línea que os une, e em geral terminam onde começam. Evidentemente que ao tratar-se de uma tatuagem onde o bambu é espetado várias vezes, existe uma excepção, mas o desenho deve manter-se.

tatuagens tailandesas
As líneas do Yant simbolizam o cordão umbilical de Buda, e existem várias formas: redondo, triangular, quadrado e pictórico; cada um com seu significado particular. O Yant redondo simboliza o rostro de Buda, o triangular a Tripla Gema (Buda, Dharma e Sangha), o Yant quadrado representa os quatro elementos, e o pictórico pode representar formas de animais.
Uma vez finalizado o Yant escreve-se um rezo indicando que a tatuagem está completa. Geralmente trata-se de uma invocação ao mantra em sânscrito.
tatuagens tailandesas

Texto disponível em: http://www.artenocorpo.com/192/as-tatuagens-tailandesas-sagradas

Tatuagens sagradas - MAORI

tatuagem maori e a cultura maori estão intrinsecamente ligadas, sendo que uma complementa a outra de tal maneira que a tatuagem torna-se a expressão mais evidente da cultura, inclusive em termos antropológicos. Longe do teor estético que as tatuagens adquiriram no ocidente, após a popularização capitaneada por marinheiros europeus, a tatuagem maori carrega um sem-número de simbolismos sociais e religiosos que mostram, mesmo que de forma pictórica, a História de toda uma civilização.

A tatuagem polinésia: o provável início

O povo maori tem sua origem remota em todo o conjunto de ilhas da Polinésia, situadas no Oceano Pacífico. Foram os maori ancestrais que desenvolveram a arte da tatuagem como a conhecemos hoje. Embora haja relatos de técnicas de dermopigmentação em povos nativos das Américas e África, foi a tatuagem polinésia que inspirou e norteou as modernas técnicas presentes hoje nos estúdios de tatuagem.
Os desenhos presentes nas tatuagens polinésias, e por extensão na tatuagem maori, tem sua raiz nos elaborados arabescos presentes na cerâmica dos povos lapitas, oriundos de Papua Nova Guiné. Os primeiros a utilizar a tatuagem como expressão de arte e cultura foram os polinésios das ilhas de Samoa e Tonga.

A tatuagem tailandesa

Suspeita-se que o povo maori tenha sido originado graças à um êxodo populacional vindo do sul da Ásia, por isso a técnica da tatuagem tailandesa é uma das prováveis inspirações para a formatação da tatuagem maori. A principal diferença entre a tatuagem tailandesa e as vertentes polinésias e maori é o forte simbolismo religioso que ela carrega.
Na tatuagem tailandesa, chamada de Sak Yant, prioriza-se o uso dos animais sagrados do budismo (os preceitos de Buda são seguidos por mais de 85 por cento dos tailandeses): o dragão, símbolo de sabedoria e força, e o tigre, animal que proporciona proteção. As formas geométricas da tatuagem tailandesa também expressam o desejo por proteção contra infortúnios, além do uso dos ideogramas do alfabeto thai e/ou khmer. A estrutura ritualística do desenho pede sempre um mantra ao desenhar a forma desejada no corpo. São consideradas tatuagens sagradas pelos tailandeses, equivalendo-se ao culto às imagens de santos na igreja católica.

Principais formas da Tatuagem Maori

  • Máscaras – o uso de tatuagens faciais denotava o status social da pessoa: quanto mais tatuagens ela possuísse, maior seria sua influência política e social na tribo. A chamada “máscara maori” também tinha o intuito de intimidar o inimigo nas guerras tribais, aliadas às caretas e danças. Este ritual de intimidação chama-se Haka.
  • Tartarugas – o principal animal representado na tatuagem maori representa os laços familiares formado por esposa e filhos. O núcleo familiar é simbolizado com linhas curvas que representam as ondas e a força do mar e formas geométricas principalmente triangulares que remetem às barbatanas e dentes do tubarão. A forma final da tartaruga, animal de grande longevidade, simboliza o desejo de proteção e longo tempo de duração de uma família.

A tatuagem tribal

As formas aparentemente aleatórias da tatuagem maori foram a inspiração da chamada tatuagem tribal. O que seria apenas um emaranhado de curvas e desenhos de beleza plástica para os ocidentais pode ser a representação pictórica da identidade familiar, pessoal ou cultural de um integrante do povo maori, quase como um documento de identidade particular e intransferível aos olhos deles. Essa utilização estética pode ser vista como um desrespeito ao dono do padrão ou símbolo, principalmente se usado por um indivíduo que não seja maori.

Fotos, modelos e desenhos de Tatuagem Maori

SUGESTÃO DE SITE


O Grupo CoeXisT é um espaço virtual de combate à intolerância religiosa, promovido por um grupo de pesquisadores e estudiosos das religiões, com o objetivo de estabelecer uma relação de “coexistência”, através do diálogo, educação e respeito entre religiosos e não religiosos, ateus e agnósticos.


http://grupocoexist.com.br/?page_id=155

Vale a pena conferir!!

sábado, 23 de janeiro de 2016

Atividades - Mães














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Quatro Cântaros - MATAJI mães sagradas



 MATAJI – As Mães Sagradas
Composição: Elisabet Just

Esta é a música mais representativa do grupo QUATRO CÂNTAROS, onde cada uma de nós ofereceu uma ou mais ideias na elaboração desta reverência musical aos aspectos das mães sagradas Lakshmi, Oxum e Kwan Yin. Segundo Alexandre Cumino, essas expressões divinas pertencem ao Trono Feminino do Amor¹.

Inspirada nos procedimentos de composição musical das Ensaladas², apresenta nas vozes três melodias populares e uma de autor, acompanhadas por instrumentos de percussão e violoncelo:

° DIWALI
“Ai, ai, ai, hoje é dia de Diwali! Hoje é dia da festa das luzes, abençoados pela grande deusa mãe Lakshmi”
Em língua hindi, foi composta por um Coletivo de Sahaja Yoges de Hyderabad, na Índia, foi sugerida por Marília, que mora num Ashram da Sahaja Yoga. Refere-se ao famoso festival hindu das luzes, as festas de celebração do Ano Novo no calendário Vikrana. É realizado na primeira noite de lua nova do mês Kartika, que pode ser outubro ou novembro do nosso calendário ocidental. O festival celebra a vitória do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, e do conhecimento sobre a ignorância, apesar das lendas que acompanham o festival serem diferentes em regiões diferentes da Índia. 
Esta canção reverencia Lakshmi, a energia da Mãe Divina que nos alimenta com beleza, harmonia, prosperidade e abundância.

° XORODÔ – Ponto de Oxum do Candomblé 
" Mãe que faz o rio ser sagrado, mamãe
Mãe que tornou o rio sagrado
Senhora das águas que dão vida aos filhos queridos
Torna o rio sagrado "
Fernanda trouxe essa canção com a intenção de sobrepor à Diwali. Aí só precisou fazer alguns recortes em Diwali que o contraponto funcionou. 
Xorodô é um título que coloca-se apenas como referência, mas é um ponto de Candomblé. E estes não tem título, pois para cada orixá canta-se dezenas de pontos. Portanto, podemos dizer que é apenas um "Ponto de Oxum do Candomblé". Trata-se de uma cantiga da Nação Ketu, transcrita para pronúncia em português do idioma Iorubá. 
Este ponto reverencia Oxum, orixá que irradia amor, beleza; a senhora dos rios e cachoeiras que atrai a prosperidade. 
Durante toda a primeira parte da música, o ritmo dos instrumentos de percussão é o ijexá, usados nos pontos de Oxum, e sugerido pela Fernanda para alinhavar as duas primeiras canções.

° OM MANI PADME HUM 
“Salve a jóia no lótus!” 
Composição para vozes, violoncelo e instrumentos de percussão, feita por Elisabet com as palavras de um dos mais famosos mantras. Comumente traduzido do sânscrito como “Salve a jóia no Lótus”, seu significado é muito mais abrangente e cada uma de suas seis sílabas possue complexos significados. De origem indiana, ficou conhecido no Tibete como o mantra da compaixão. Na China, este mantra ficou associado à figura de Kwan Yin, considerada, por alguns, a forma feminina de Avalokistesvara, o bodhisattva da compaixão.³
Esta música reverencia Kwan Yin, divindade que representa o amor em forma de compaixão e também a paz, o perdão, a cura e a luz.


° MAMÃE OXUM – Ponto de Oxum da Umbanda 
Entrelaçando a melodia principal da música anterior, inicia o arranjo feito por Elisabet desta famosa canção de domínio público, enquanto a batida constante da percussão do mantra permanece como um moto contínuo. Dentre as versões dessa canção, foi escolhida aquela apresentada pela Fernanda, e o canto agudo de Oxum, que preserva a palavra OM, foi sugerido pela Mirela.



O grupo QUATRO CÂNTAROS se propõe a realizar um repertório musical em várias línguas e estilos, costurados por textos, poemas e poesias, trazendo uma visão universalista da espiritualidade em reverência às expressões divinas. Através de composições autorais e arranjos para vozes femininas, percussões com ritmos brasileiros, violoncelo e piano, o grupo traz a riqueza musical de diversas manifestações culturais do sagrado e a proposta da convivência harmoniosa entre elas.

É formado por Elisabet Just (direção artística, composições e arranjos, voz, piano, pesquisas e elaboração de textos), Fernanda de Paula (direção das percussões, percussões, voz, pesquisas e elaboração de textos), Marília de Zita (percussões e voz), Mirela Cogoni (violoncelo). É um grupo feito a oito mãos e quatro vozes, onde todas compartilham suas experiências e saberes.
Estreou no dia 06 de dezembro de 2008 no Paço do Baobá e, desde então, realizou diversos shows e apresentações em espaços como Sesc Vila Mariana, Sahaja Yoga, Unipaz, Loja Rosacruz Amorc, Fraternidade Terceiro Milênio e Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, nos espaços Rasa, Florescer, Yogabhavani e participou do TDEx São Paulo 2015 no Auditório do Masp.

“São quatro caminhos, a roda não para
O fogo do canto, na terra o tambor
Madeiras de água, no ar um chocalho
Na música eu falo com meu Criador.”
Trecho do Poema Quatro Cântaros, de Fernanda de Paula

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