sexta-feira, 28 de novembro de 2014

ÁRVORES SAGRADAS

Todas as árvores são sagradas, assim como tudo que tem vida , mas os "celtas"  (me refiro às tribos denominadas 'celtas' das Ilhas Britânicas, da Península Ibérica e da Bretanha, na França), acreditavam que algumas árvores eram "particularmente sagradas", assim sendo, prestavam cultos e tinham veneração por algumas de forma especial. 
Salgueiro 
Comecemos pelo lendário "Chorão", embora a espécie não se resuma unicamente no salgueiro chorão" ( lembremos do famoso "salgueiro lutador" que também é uma Salix) tão famoso e mitológico. 
É uma árvore que tem forte ligações com as bruxas, inclusive, acredita-se que palavra "Witch"seja derivada de "Willow" (salgueiro em inglês). Ela está ligada à Lua e a Água e a outros aspectos femininos. 
Segundo conta-se, os celtas veneravam o salgueiro de modo muito peculiar e nutriam por ele uma grande fascinação. Para eles, esta árvore era considerada uma grande fonte de inspiração de sonhos, de poesia, de música e de encantamentos.
De acordo com Robert Graves em seu livro "A Deusa Branca", na Irlanda, o salgueiro toma o seu lugar como uma das "sete árvores sagradas do bosque da Irlanda" - ao lado da bétula, da maçieira,  do amieiro, do azevinho, da aveleira e do carvalho.
Algumas árvores no Brasil são normalmente confundidas com o salgueiro, como a 'Aroeira pendente' e a 'Escova-de-garrafa'. 

Sabugueiro
Há muitos mitos que cercam o , uma é uma árvore que também é bastante associada às bruxas, de modo especial, às bruxas velhas ou à Deusa em seu aspecto anciã.
É provável que na antiga Europa, os sabugueiroseram plantados nas frentes das casas e serviam como proteção, para impedir a entrada do mal naquele local e e também próximo às tumbas nos cemitérios, para protegerem os mortos.
Há também a lenda pós-cristã de que fora da madeira de um Sabugueiro que foi feita a cruz do calvário de Cristo, por este motivo dava azar cortar um sabugueiro. Esta é realmente uma grande lenda pois um sabugueiro, como arbusto, não daria madeira suficiente para uma cruz.
Sua casca é famosa por suas propriedades terapêuticas e suas flores ainda usadas para tratar a catapora.

Hera
Embora não seja uma árvore e sim uma trepadeira, há séculos é considerada uma planta mística e é comum vermos imagens de casas de fadas e gnomos recobertos por heras.
hedera é mais comum no sul e sudeste do Brasil, sendo bastante utilizada como planta ornamental e é comumente encontrada em jardins para cobrir muros ou utilizada como forração em locais sombreados.
Coroas de hera eram confeccionadas nas festividades com o intuito de atrair as fadas e os espíritos da natureza e até hoje preserva-se este costume.
Alguns estudiosos do druidismo dizem que os antigos druidas a consideravam a contraparte feminina do azevinho (masculino) e quando colocados juntos - crescendo ou decorando, davam grande proteçãoequilíbrio e sabedoria


Azevinho
É normalmente representado em imagens natalinas por se tratar de uma das poucas plantas que persistem ao inverno rigoroso do hemisfério norte. 
Nativo das Ilhas Britânicas, é associado aos guerreiros que, de acordo com o que conta,faziam as hastes de suas lanças com madeira deazevinho.
Há uma lenda celtas que diz que o azevinho era um dos reis das florestas. Ele reinava juntamente com "seu irmão", o rei carvalho, e partilhavam o mesmo trono, porém, cada um reinava a metade de um ciclo anual. 
No Brasil, infelizmente, não é muito comum. Serviriam como excelentes cercas vivas se  seu  crescimento não fosse extremamente lento. Suas folhas são pontiagudas e extremamente cortantes.
A palavra "Hollywood" significa "Bosque" ou  "Floresta de azevinhos" . Dizem que é porque o local era repleto de arbustos de azevinhos antes de ser tornar um dos maiores centros cinematográficos do mundo.


Carvalho 
Conhecido como "O Rei das Florestas", é muito raro no Brasil. Alguns poucos são, normalmente, encontrado no sul, em locais onde colônias europeias se estabilizaram. Alguns imigrantes trouxeram com eles bolotas que foram plantadas e germinaram. Mas já existe hoje por aqui, certos carvalhos  - com mais de cinquenta anos - que já produzem sementes capazes de gerar novas mudas.
Uma hipótese é de que a palavra "Duir" queira dizer "Porta" e, como  árvore sagrada, o carvalho facilitava a passagem para o mundo espiritual. Por este motivo, nos bosques de carvalhos, os antigos celtas costumavam realizar seus rituais. Dizem que própria palavra "Druida" tem como tradução  "aquele que tem o conhecimento do Carvalho"
Os Carvalhos podem alcançar facilmente os 500 anos. Há um antigo provérbio que diz: O carvalho leva 300 anos a crescer, 300 anos a manter-se adulto e 300 anos a morrer....

Macieira
Na lenda do Rei Arthur, a Ilha de Avalon é conhecida como  "A Ilha das Macieiras". 
A árvore foi associada ao pecado bíblico e amaçã foi considerada, no cristianismo, como o fruto da maldição. É possível que esta relação seja devido ao fruto estar ligado ao feminino e a fertilidade, de acordo com as lendas, correlacionando ambos com "Eva" e o "Sexo". Especula-se que o fruto proibido, citado do "Gênese", tratava-se do "figo" , ou alguma espécie de "banana", e não de uma maçã.
Foi a partir da idade média que a maçã tomou o lugar de "fruto proibido", quando a mulher passou a ser vista como a principal culpada pelo pecado original e a expulsão do ser humano do paraíso. A maçã quando cortada ao meio adquire o aspecto de uma vulva.
É comum para alguns pagãos, nas cerimônias do Samhain, tomar a cidra de maçã para auxiliar nas viagens astrais e para abrir-se às visões. Conta-se que esta era uma antiga tradição celta.


Teixo
O Teixo é uma árvore que sempre teve forte conexão com morte e também com aimortalidade. Considerada sagrada, principalmente na Grã-Bretanha e na Irlanda.
Segundo algumas narrativas, os antigos celtas consideravam a sua madeira a melhor para se esculpir, por sua durabilidade e elasticidade. Acreditam, inclusive, que uma estaca de teixo duraria mais do uma de ferro.
No verão, o teixo solta um vapor que os antigos acreditavam que, quando inalado, induzia a pessoa um sono profundo e às visões proféticas (isto é comprovado).
Na Bretanha e na Irlanda são muito comuns nos cemitérios e há a lenda de que eles aprofundam suas raízes até a boca dos cadáveres. Não raramente assistimos a filmes onde raízes e galhos de árvores atravessam corpos. Esta inspiração vem deste antiga crença.
Os teixos são comuns em Portugal e dele deriva o sobrenome "Teixeira", que significa "lugar onde há muitos teixos".
No Brasil, embora raro, é conhecido como Pinheiro-europeu e pode adquirir diversos formatos, desde de o de um pequeno arbusto, até uma frondosa árvore.

Aveleira
A aveleira aparece em diversas lendas celtas. Dizem que os druidas carregavam um cajado de aveleira, e isto representava, para eles, um sinal de grande autoridade. As varinhas de aveleira eram e são até hoje uma das favoritas para os rituais mágicos, pois sua madeira é considerada protetora e poderosa. Seu fruto, a avelã, simboliza a sabedoria concentrada. 
No livro "Brumas de Avalon", Igraine, mãe do rei Arthur, prende um ramo de aveleira na testa para que pudesse ter a visão de onde se encontrava sua irmã Viviane que não vira há muito tempo.
A árvore não é comum aqui no país, mas é comum no vizinho Chile, onde o clima é mais apropriado. O fruto importado é bastante conhecido e muito apreciado nos mais variados doces.


Pinheiro
Há algumas controvérsias quanto ao Pinheiro que era venerado pelos antigos povos celtas, mas, tanto um quanto o outro, são de grandeimportância, e estão repletos de lendas.
Há aqueles que dizem que era Pinheiro Silvestre (Scots Pine - quase em extinção na Europa), enquanto há outros que afirmam que se tratava do Pinheiro Prateado. Este segundo é comum por aqui, sendo mais conhecido como Abeto. 
Desde a antiguidade é uma árvore associada ao nascimento. Por este motivo, houve também a conexão do pinheiro ao Natal e ao nascimento do Cristo.
O Pinheiro também era considerada por alguns povos a "árvore da vida", por estar sempre verde mesmo sob um rigoroso inverno de gelo.
Está ligado à força, à esperança e à paciência. Daí vem  a tradição de cortar um Pinheiro, traze-lo para dentro de casa, e enfeita-lo. Ele trazia a esperança de que a verde e colorida primavera logo chegaria, e o duro e branco inverno logo passaria.

Álamo 
O que mais chama atenção no Álamo, ou Choupo, é a maneira como suas folhas balançam mesmo na mais suave brisa. 
Um dos mais conhecidos é o gênero "Populus Tremula". Ele possui este nome porque suas folhas tremem mesmo quando não parece haver vendo ou brisa alguma para isto.
Dizem que os celtas acreditavam que era possível ouvir o que os ventos  diziam através das folhas dos álamos, eles traziam mensagens e profecias.Acredita-se que sua madeira era a preferida na confecção de escudos, pois também protegeria os guerreiros das mortes em batalhas.
Assim como o salgueiro (ambos são da mesma família), ele tem propriedade curativa, anti-inflamatória e analgésica.
Da mesma forma que o teixo, o álamo também está associado ao mundo subterrâneo. Ambos têm raízes invasivas que podem se tornar  muito profundas, daí a relação de ambos com o submundo.


Sorveira
No Brasil ela é conhecida como 'Sorva' e é exatamente da mesma família da "Sorveira-brava" (Sorbus aucuparia), venerada pelos antigos celtas, só que a espécie encontrada aqui é aSorbus domestica
Eram feitos incensos com suas folhas e frutos e, com a casca, compressas para curar feridas. Fervendo suas frutas, produzia-se um excelente liquido para gargarejo que era muito utilizadopara tratar afecções na garganta.
Segundo alguns estudiosos, os celtas a tinham como uma árvore de proteção e era usada para quebrar encantamentos. De acordo com Robert Graves, os antigos irlandeses acendiam fogueiras com galhos de sorva e pronunciavam conjurações diante delas em diversos de seus ritos mágicos.
Alguns povos daneses (dinamarqueses), cravavam uma vara de sorveira em cadáveres,eles acreditavam que assim podiam imobilizar seus fantasmas. O que mostra a ligação da árvore à proteção e à magia, além de ser uma das principais espécies utilizadas para afastar e quebrantar males diversos.

Amoreira Silvestre
Ao contrário da amoreira comum aqui dos trópicos, do gênero "Morus", a amoreira silvestre, ou amora-sarça (amoreira-sarça ou amoreira-brava), pertence a um outro tipo de gênero, que é o "Rubus". São muito parecidas, com frutossemelhantes no aspecto e no gosto, porém, as amoreiras silvestres possuem espinhos, além de serem arbustivas, possuem pequenos espinhos eem grande quantidade.
O ogham "Muin" podia designar tanto a amoreirasilvestre como a videira, contudo, a videira não é uma espécie nativa das Ilhas Britânicas, mas tinha forte presença em regiões do continente, principalmente em Portugal, Espanha e França, onde o cultivo da vinha é mais comum.
Tanto a videira, como a amoreira, compartilham muitas semelhanças, principalmente quando se trata na fabricação do vinho que era tão apreciado pelos antigos povos celtas.

Giesta 
Trata-se de um arbusto de flores douradas, bastante raro aqui. Ela é conhecida também como: "Vassoura de Bruxa".
De acordo com 'Graves', o ogham que corresponde a esta espécie é o "ONN" e ele pode designar tanto a Giesta, como o Tojo (muito parecido com a giesta porém com muitos espinhos). 
Há alguns estudiosos que dizem também representar o Junco. O nome científico da Giesta é 'Spartium junceum', de um gênero botânico que designa diversas plantas produtoras de fibras têxteis. O Junco, embora de família diferente, também é uma planta produtora de fibras, inclusive, em tempos atuais muito utilizado na indústria mobeleira em móveis para ambientes externos.
Os antigos celtas diziam que a planta tinha o poder de quebrar feitiços e até hoje, no Pais de Gales, esta crença ainda existe.

Betula
Famosa pelo seu magnífico tronco, a Betula pendula, era uma das mais utilizadas nas práticas mágicas. Ela marca o início, por isso, o calendário celta das árvores ( de Robert Graves)se inicia com a bétula. Era uma tradição a confecção de berços utilizando sua madeira, acreditava-se que assim as crianças estariam protegidas, já que se tratava de uma árvore mágica e poderosa que quebrava diversos feitiços. 
As vassouras eram feitas com cerdas de bétula e, ao varrerem as casas, acreditavam que estavam limpando o local das más energias e dos maus espíritos. Eram utilizadas também como cobertura nos telhados.
Muitos dos povos antigos a chamavam de "Deusa Árvore", ou, "Senhora dos Bosques". 
A casca fina, que se desprende facilmente da árvore, tem diversos usos e talvez seja por isso que ela esteja ligada à transformação pois seu tronco está em constante renovação. Com as cascas, eram feitos diversos medicamentos e óleos curativos e, até hoje, quase todas as partes da árvore são utilizada na indústria farmacêutica e fitoterápica.

Amieiro
O amieiro era bastante utilizado pelos antigos celtas na fabricação de barcos. Quando entra em contato com a água, sua madeira se torna escura e muito rija, sendo assim, sua resistência ao apodrecimento fazia dela a preferida não somente na fabricação das embarcações mas também em pontes e alicerces em áreas úmidas.
A árvore também era utilizada no tingimento de tecidos: marrom (vindo dos galhos), vermelho (da casca) e o verde (das flores).
Sua seiva, quando exposta por algum abatimento, de branca torna-se vermelha. Diziam então que o amieiro era encantado e que podia jorrar sangue e que esta seiva era, por vezes, utilizadas pelos heróis para pintarem seus corpos antes de irem para as guerras, pois acreditavam que o sangue do amieiro lhes traria proteção e vitória nas lutas.
Com sua casca eram tratadas inflamações, reumatismos e diarreias. Gargarejos, feitos de folhas e cascas, auxiliavam na cura de feridas na boca e inflamações nas amídalas.


Pilriteiro
Também chamado de Espinheiro-branco, estava relacionado à proteção, tanto psíquica como espiritual. Era uma árvore comumente encontrada próxima a poços sagrados ondeformavam verdadeiras sebes. Diziam que as fadas habitavam nessas sebes entre os fechados arbustos de Pilriteiro.
Era uma árvore bastante respeitada e também bastante temida. Ela estava relacionada ao lado indomado e, algumas vezes, era considerada uma árvore de azar que não podia ser cortada. Também pelo fato de serem os lares das fadas, cortar um espinheiro podia trazer a ira dos seres encantados à toda a comunidade.
No poema "A batalha das árvores", ele é chamado de "o desamado", porém, sua sacracidade para os povos antigos sempre foi inquestionável.
Aqui no Brasil ele conhecido como Crataegus.

A LENDA DA ÁRVORE SAGRADA


ATIVIDADES:











terça-feira, 25 de novembro de 2014

MITOS DE CRIAÇÃO DO MUNDO

Ovo cósmico chinês

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Segundo esse mito, o primeiro ser vivo foi P’an Ku, que cresceu durante 18 mil anos dentro de um ovo cósmico. Quando se chocou, a casca acima dele tornou-se o céu, enquanto a casca debaixo tornou-se a terra. Os opostos na natureza foram separados, como masculino e feminino, úmido e seco, claro e escuro, yin e yang, etc. Depois de todo esse esforço, P’an Ku literalmente se despedaçou e suas feições se tornaram o mundo natural. Seus membros se transformaram em montanhas, seu sangue em rios, sua respiração no vento, sua voz nos trovões, seu cabelo na grama, seu suor na chuva, e assim por diante. Seu olho esquerdo se tornou o sol e seu direito se tornou a lua.

Algumas pessoas dizem que os parasitas no corpo de P’an Ku se tornaram a humanidade. Outros dizem que, muitos séculos depois da morte de P’an Ku, uma deusa solitária chamada Nu Wa viu seu reflexo em um lago e criou alguns seres como ela a partir da lama. Estes tornaram-se os aristocratas. A criação desses seres foi um trabalho árduo, e quando Nu Wa agitou uma videira enlameada através do ar, suas gotas se tornaram os plebeus. Anos mais tarde, o céu desabou, criando buracos na terra através do qual águas subiram para formar um grande dilúvio. Nu Wa remendou a terra, mas ficou esgotada por seu trabalho e morreu. Seu corpo, como o de P’an Ku, formou ainda mais recursos naturais no mundo.

Lenda das linguagens da tribo americana Blackfoot

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Segundo a lenda dessa tribo indígena norte-americana, o Homem Velho veio do sul, criando a terra, plantas e animais enquanto se dirigia para o norte. As primeiras pessoas que ele criou foram uma mulher e seu filho a partir do barro. O Homem Velho mostrou-lhes como coletar plantas para se alimentar e disse que as ervas eram boas para tratamentos de doenças. Ele ensinou-lhes como fazer armas para matar animais e como fazer fogo para que pudessem cozinhá-los. Mais importante ainda, disse-lhes como obter poder espiritual, encontrando seu espírito animal em seus sonhos.

Como muitas outras histórias da origem da humanidade, as lendas dos Blackfoot falam de um grande dilúvio. Uma possível explicação para isso são as inundações em todo o mundo devido aos derretimentos de icebergs que podem ter ocorrido em torno de 5.000 aC, possivelmente o tempo de Noé. Depois do dilúvio, o Homem Velho reuniu as pessoas no topo de uma montanha e deu-lhes água de cores diferentes para beber. Cada cor representa uma linguagem diferente. Os Blackfoot, bem como outras tribos como os Piegan, beberam água negra, e é por isso que falam a mesma língua.


Criação sangrenta do povo Sanema

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O povo Sanema faz parte do grupo ianomâmi de tribos que vivem na floresta amazônica. Cada tribo tem sua própria coleção de histórias, passadas oralmente de geração a geração. Devido a isso, seus mitos sobre a criação variam. Geralmente, no entanto, o povo Sanema acredita que todas as coisas vivas descendem de “ancestrais originais”, cujos espíritos ainda habitam a floresta.
Uma história conta que Peribo, a lua, comia as almas das crianças. Isto irritou Suharina, que atirou na barriga de Peribo com uma flecha. Seu sangue derramou sobre a terra, formando poças das quais os homens mortais surgiram. Os seres humanos mais beligerantes foram criados onde grandes quantidades de sangue caíram, e onde apenas algumas gotas caíram, homens menos violentos nasceram. Em outro mito, Naro (Gambá), que era feio e fedido, tinha ciúmes de seu irmão, Yamonamariwa (Abelha), que era bonito e tinha duas esposas. Naro o mata e um terceiro irmão, Reha (Lagarto), descobre a traição de Naro e o denuncia. Os antepassados destruíram Naro e transformaram-se em espíritos e animais ao se pintar com seu sangue. A preguiça foi criada com uma pequena quantidade de excrementos de Naro.

O Criador, o Preservador e o Destruidor indianos

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Brahma começou do nada. Apenas com o pensamento, ele criou as águas em que depositou seu sêmen. Isso se transformou em um ovo de ouro, do qual ele nasceu. Por pensamento novamente, ele dividiu o ovo em dois, e as metades se tornaram o céu e a terra. Brahma cresceu sozinho e dividiu-se em dois para formar o homem e a mulher. Em uma variação da história, Brahma divide-se repetidamente em dois até que todos os seres vivos do mundo sejam criados a partir de seu corpo. Em outra versão, o primeiro homem e a primeira mulher se reproduzem em diferentes formas animais até que todas as formas de vida são criadas.Juntos, Brahma (o Criador), Vishnu (o Preservador) e Shiva (o Destruidor) compõem o Supremo. Cada universo que Brahma cria é destruído por Shiva, depois do qual não há nada, a não ser um vasto oceano em que Vishnu flutua, repousando sobre uma grande cobra. Em algumas versões do mito, Brahma não vem de um ovo, mas a partir de uma flor de lótus que brota do umbigo de Vishnu. Eventualmente, o nosso mundo também será destruído por Shiva, e o ciclo vai começar de novo.



Os quatro mundos do povo Navajo

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A tribo indígena norte-americana Navajo tem uma das histórias mais longas e complexas sobre a criação do mundo. Ela começa no primeiro mundo, chamado Mundo Negro. Esse mundo continha quatro nuvens, incluindo uma preta, que representa a substância do sexo feminino, e uma branca, que representa o sexo masculino. Juntas, elas criam o Primeiro Homem, que representa o amanhecer e a vida, e a Primeira Mulher, que representa a escuridão e a morte. Outros seres no Mundo Preto incluem o Grande Coiote (idealizado a partir de um ovo), o Primeiro Bravo, e vários insetos. O Mundo Negro tornou-se muito lotado, no entanto, então todos subiram para o Mundo Azul dos pássaros. Lá, eles viveram em harmonia por 23 dias, até que alguém tentou dormir com a esposa do chefe Andorinha.

Banidos para o Mundo Amarelo dos mamíferos, eles encontraram seis montanhas, onde as pessoas santas viviam. As pessoas santas eram imortais e viajavam seguindo o arco-íris. Lá, a Primeira Mulher deu à luz a duas hermafroditas. Quatro dias depois, ela deu à luz a um outro par de gêmeos, um homem e uma mulher. No final de 20 dias, cinco pares de gêmeos haviam nascido. Um dia, o Grande Coiote tomou para si o bebê do Monstro da Água. O Monstro ficou tão irritado que fez a chuva, até que as águas da inundação subiram mais alto do que as montanhas. No que deve ter sido o dilúvio mais lento de todos os tempos, o Primeiro Homem plantou várias árvores e um canavial em sequência, nenhum dos quais cresceu acima do nível das águas. Finalmente, um canavial cresceu para o céu. Todo mundo o escalou, onde encontraram o quarto mundo, o Mundo Branco, que é onde todos nós vivemos hoje.

O fogo e o gelo da Escandinávia

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Segundo essa lenda escandinava, antes de existir o tempo, havia um lugar de nevoeiro e gelo chamado Niflheim. Do outro lado, havia Muspelheim, onde demônios e gigantes do fogo moravam. O fogo de Muspelheim eventualmente derreteu o gelo de Niflheim, que pingou e formou uma vaca gigante chamada Audhumla e um gigante gelado chamado Ymir. Mais gigantes cresceram a partir do suor da axila de Ymir e foram amamentados por Audhumla, que criou mais gigantes lambendo blocos de gelo salgado.

Estes gigantes acasalaram e deram à luz ao deus Odin e seus irmãos. Odin e seus irmãos mataram Ymir e a terra foi feita a partir de sua carne, o céu de seu crânio, o mar de seu sangue, as nuvens de seu cérebro, as montanhas de seus ossos e as árvores de seu cabelo. Odin construiu Asgard como uma morada para os deuses e a ligou a Midgard (Terra) por uma ponte de arco-íris chamada Bifrost. As larvas no cadáver de Ymir se tornaram anões que ficaram abaixo da superfície da terra, no que restou do corpo do gigante. Os deuses encontraram dois troncos de árvores em Midgard e deram vida a eles, criando Ask e Embla, o primeiro homem e a primeira mulher.

Lenda trágica japonesa

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O mito de criação do Japão pode ser o mais longo e complicado de todos. Começa com o caos, do qual veio a matéria, separando ao longo de eras o céu e a terra. Várias divindades surgiram nesse processo, incluindo Izanagi e Izanami, o primeiro homem e a primeira mulher. Izanami acasalou com Izanagi e deu à luz as ilhas do Japão, bem como uma variedade de divindades. A última delas foi uma divindade do fogo, cujo nascimento queimou tanto os órgãos genitais de Izanami que ela morreu. Perturbado, Izanagi decapitou a divindade do fogo e foi para Yomi, a terra dos mortos, para procurar Izanami.

Izanami não podia retornar com Izanagi porque tinha comido em Yomi. Ela disse que iria pedir permissão para sair, mas fez Izanagi prometer que não iria segui-la. Depois de esperar um longo tempo, Izanagi quebrou sua promessa e foi procurar por Izanami, encontrando um cadáver em decomposição com vermes (as oito divindades do trovão) comendo seu corpo (se isso soa familiar, confira os mitos gregos de Hades e Perséfone e Orfeu e Eurídice). Izanagi se assustou e selou o corpo de Izanami em Yomi. Ela jurou que, como vingança, mataria mil pessoas por dia. Izanagi respondeu que faria com que mais 1.500 nascessem. É por isso que a cada dia, no Japão, 1.500 crianças nascem e mil pessoas morrem.
Eventualmente, o primeiro imperador da Terra desceu a Ponte Flutuante do Céu e casou com a Princesa das Flores Brilhantes, mas começou a suspeitar quando ela ficou grávida imediatamente. Para provar que os filhos eram dele, a princesa se trancou no palácio e ateou fogo a ele, uma vez que só os descendentes do imperador poderiam sobreviver às chamas. Com o palácio queimado, ela deu à luz aos seres que se tornaram os ancestrais da família imperial japonesa.

A serpente criadora dos aborígenes

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Histórias da criação aborígenes começam com o Sonho, quando o mundo estava nu e frio. A Serpente Arco-Íris dormiu debaixo da terra com todas as tribos de origem animal em sua barriga. Quando o tempo melhorou, ela saiu e vomitou os animais, juntamente com as características do mundo natural. A Serpente Arco-Íris foi a criadora das leis, que todas as criaturas deviam obedecer. Em algumas variações do mito, ela engoliu os malfeitores e cuspiu seus ossos para formar rochas e morros. Em outros, ela recompensou aqueles que obedeceram a lei, dando-lhes a forma humana, e transformando os infratores em pedra.

A Serpente é às vezes chamada de Mulher Velha, e foi ela quem ensinou os seres humanos como conseguir comida. Em tribos que acreditam que são descendentes de animais, a Serpente deu a cada pessoa um totem e determinou que nenhum homem poderia comer o animal que representava. Desta forma, ela garantiu que houvesse comida suficiente para todos.


ATIVIDADE:

_ Faça, com massinha, uma criação (pode ser bicho, gente, planta, ou uma invenção sua):