sábado, 23 de janeiro de 2016

Quatro Cântaros - MATAJI mães sagradas



 MATAJI – As Mães Sagradas
Composição: Elisabet Just

Esta é a música mais representativa do grupo QUATRO CÂNTAROS, onde cada uma de nós ofereceu uma ou mais ideias na elaboração desta reverência musical aos aspectos das mães sagradas Lakshmi, Oxum e Kwan Yin. Segundo Alexandre Cumino, essas expressões divinas pertencem ao Trono Feminino do Amor¹.

Inspirada nos procedimentos de composição musical das Ensaladas², apresenta nas vozes três melodias populares e uma de autor, acompanhadas por instrumentos de percussão e violoncelo:

° DIWALI
“Ai, ai, ai, hoje é dia de Diwali! Hoje é dia da festa das luzes, abençoados pela grande deusa mãe Lakshmi”
Em língua hindi, foi composta por um Coletivo de Sahaja Yoges de Hyderabad, na Índia, foi sugerida por Marília, que mora num Ashram da Sahaja Yoga. Refere-se ao famoso festival hindu das luzes, as festas de celebração do Ano Novo no calendário Vikrana. É realizado na primeira noite de lua nova do mês Kartika, que pode ser outubro ou novembro do nosso calendário ocidental. O festival celebra a vitória do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, e do conhecimento sobre a ignorância, apesar das lendas que acompanham o festival serem diferentes em regiões diferentes da Índia. 
Esta canção reverencia Lakshmi, a energia da Mãe Divina que nos alimenta com beleza, harmonia, prosperidade e abundância.

° XORODÔ – Ponto de Oxum do Candomblé 
" Mãe que faz o rio ser sagrado, mamãe
Mãe que tornou o rio sagrado
Senhora das águas que dão vida aos filhos queridos
Torna o rio sagrado "
Fernanda trouxe essa canção com a intenção de sobrepor à Diwali. Aí só precisou fazer alguns recortes em Diwali que o contraponto funcionou. 
Xorodô é um título que coloca-se apenas como referência, mas é um ponto de Candomblé. E estes não tem título, pois para cada orixá canta-se dezenas de pontos. Portanto, podemos dizer que é apenas um "Ponto de Oxum do Candomblé". Trata-se de uma cantiga da Nação Ketu, transcrita para pronúncia em português do idioma Iorubá. 
Este ponto reverencia Oxum, orixá que irradia amor, beleza; a senhora dos rios e cachoeiras que atrai a prosperidade. 
Durante toda a primeira parte da música, o ritmo dos instrumentos de percussão é o ijexá, usados nos pontos de Oxum, e sugerido pela Fernanda para alinhavar as duas primeiras canções.

° OM MANI PADME HUM 
“Salve a jóia no lótus!” 
Composição para vozes, violoncelo e instrumentos de percussão, feita por Elisabet com as palavras de um dos mais famosos mantras. Comumente traduzido do sânscrito como “Salve a jóia no Lótus”, seu significado é muito mais abrangente e cada uma de suas seis sílabas possue complexos significados. De origem indiana, ficou conhecido no Tibete como o mantra da compaixão. Na China, este mantra ficou associado à figura de Kwan Yin, considerada, por alguns, a forma feminina de Avalokistesvara, o bodhisattva da compaixão.³
Esta música reverencia Kwan Yin, divindade que representa o amor em forma de compaixão e também a paz, o perdão, a cura e a luz.


° MAMÃE OXUM – Ponto de Oxum da Umbanda 
Entrelaçando a melodia principal da música anterior, inicia o arranjo feito por Elisabet desta famosa canção de domínio público, enquanto a batida constante da percussão do mantra permanece como um moto contínuo. Dentre as versões dessa canção, foi escolhida aquela apresentada pela Fernanda, e o canto agudo de Oxum, que preserva a palavra OM, foi sugerido pela Mirela.



O grupo QUATRO CÂNTAROS se propõe a realizar um repertório musical em várias línguas e estilos, costurados por textos, poemas e poesias, trazendo uma visão universalista da espiritualidade em reverência às expressões divinas. Através de composições autorais e arranjos para vozes femininas, percussões com ritmos brasileiros, violoncelo e piano, o grupo traz a riqueza musical de diversas manifestações culturais do sagrado e a proposta da convivência harmoniosa entre elas.

É formado por Elisabet Just (direção artística, composições e arranjos, voz, piano, pesquisas e elaboração de textos), Fernanda de Paula (direção das percussões, percussões, voz, pesquisas e elaboração de textos), Marília de Zita (percussões e voz), Mirela Cogoni (violoncelo). É um grupo feito a oito mãos e quatro vozes, onde todas compartilham suas experiências e saberes.
Estreou no dia 06 de dezembro de 2008 no Paço do Baobá e, desde então, realizou diversos shows e apresentações em espaços como Sesc Vila Mariana, Sahaja Yoga, Unipaz, Loja Rosacruz Amorc, Fraternidade Terceiro Milênio e Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, nos espaços Rasa, Florescer, Yogabhavani e participou do TDEx São Paulo 2015 no Auditório do Masp.

“São quatro caminhos, a roda não para
O fogo do canto, na terra o tambor
Madeiras de água, no ar um chocalho
Na música eu falo com meu Criador.”
Trecho do Poema Quatro Cântaros, de Fernanda de Paula

Quer saber mais sobre o grupo? Acesse: https://www.facebook.com/quatrocantaros/timeline

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