sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A CRIAÇÃO DO MUNDO

Mitos da Criação do Mundo

 
 
Egipto
A Terra Surgiu do Nilo
Havia no Egipto vários mitos sobre a Criação, às vezes muito diferentes, consoantes as províncias e as épocas (contam-se pelo menos 10 divindades criadoras). Mas estas diferentes versões da Criação assentam todas num mesmo esquema geral. Uma das versões mais antigas, a de Heliópolis, vem descrita no célebre Livro dos Mortos.
    Antes de todas as coisas não havia senão trevas e a «água primordial», o Nun. Este oceano inerte, também descrito como um pântano, continha já em si todos os germes da vida, à semelhança das heias do Nilo, que todos os anos fertelizavam o Egipto.
    No princípio, o senhor todo poderoso Atum, criou-se a si próprio a partir do Nun, ao pronunciar o seu próprio nome. Atum teve depois dois gémeos: um filho, Chu, que representava o ar seco, e uma filha, Tefnut, o ar húmido. Estes gémeos separaram o céu das águas e geraram Geb, a Terra seca e Nut, o Céu. Quando as águas primordiais se retiraram, apareceu um montículo de terra (Geb) que constitui a primeira superficie de terra sólida, sobre a qual o deus Sol, Rá, pôde repousar.
    Segundo certas interpretações, as pirâmides são a representação deste primeiro ilhéu de terra surgido no Nilo.

Grécia
A união do Céu e da Terra
Entre os Gregos, existiram também vários mitos sobre a Criação, mas todos com a mesma base:
    No princípio era o Caos.
    Na versão mais corrente, Caos gerou Érebo, a parte mais profunda dos Infernos, e Nyx, a Noite. Estes fizeram nascer Éter, o Ar, e Hémera, o Dia. Depois, Gaia, a Terra, tornou-se a base em que todas as vidas têm a sua origem. Úrano, o Céu, que a rodeava, desposou-a. Todas as criaturas - titãs, deuses e homens - provêm dessa união do Céu e da Terra.
    Segundo a visão grega do Cosmo, a Terra é um disco plano que flutua no rio Oceano. Durante o dia, Hélio, o Sol, atravessa o Céu num carro e voga por detrás da Terra dentro de uma taça de ouro durante a noite. As fendas e as grutas eram consideradas passagens para o mundo subterrâneo do deus da morte, Hades.

Austrália
O tempo do Sonho

A narração da Criação dos Aborígenes da Austrália, o tempo do Sonho, está ainda muito presente na sua cultura, na sua religião e no seu modo de vida.
    O tempo do Sonho começou quando o Criador de todas as coisas, de nome Baiame, acordou a Mãe-Sol. Quando esta abriu os olhos, uma doce luz inundou a Terra. O Criador enviou a Mãe-Sol para a Terra, uma planície estéril, para que ela aí despertasse os Antepassados.
    À passagem da Mãe as plantas começaram a nascer. Uma vez acordados os Antepassados, também chamados Espíritos, começou verdadeiramente a criação da Austrália, das suas paisagens e da sua fauna.
    Estes Antepassadosviveram inúmeras aventuras e combateram estranhas criaturas. Cada nova peripécia modificava a paisagem. Por exemplo, as pessoas ou os animais que cometiam atos proibidos eram punidos pela serpente Arco-Íris, que os afogava, criando assim baías e rios. Depois, atirava os seus ossos para formar rochedos e colinas. Deste modo, nos locais de passagem dos Antepassados foram criados a fauna, a flora e o relevo do continente australiano.
    Todas as histórias destes espíritos criadores, diferentes de uma região para a outra, constituem os «sonhos» que fundam a cultura aborígene e continuam a ser transmitidos de geração em geração.
    É assim que o tempo do Sonho se perpetua na Austrália há milhares de anos.

Astecas
Os olhos da Noite

    Antes da Criação, Ometecuhtli e Omecihuatl (os aspetos masculino e feminino do deus criador Ometeotl) viviam num mundo de trevas. Por ocasião dos seus grandes passeios, viam de tempos a tempos o brilho dos olhos de um monstro escondido na escuridão. Por acaso, Omecihuatl tocou num desses monstros, que instantaneamente se transformou num brilhante ponto luminoso. Maravilhados com este resultado inesperado, os dois deuses tocaram em todos os outros monstros que conseguiram encontrar, até que se apreceberam que o céu estava cheio de estrelas. Em breve, quiseram muito mais, e decidiram criar o Mundo para não ficarem sós.
    Tiveram primeiro quatro filhos: Xipe Totec, deus da Primavera; Huitzilopochtli, o deus Sol; Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada, e Tezcatlipoca, deus da noite e da feitiçaria.
    Quetzalcoatl e Tezcatlipoca scolheram um monstro no céu, animal coberto de olhos e de bocas que cortaram em dois para criar a terra e o mar. Dos cabelos do animal, Huitzilopochtli criou as florestas, as selvas e as pradarias. O quarto irmão, Xipe Topec, povou o Mundo de criaturas que viviam nos ares, na terra e nos mares.
    Cada criatura viva, cada pedra, cada rio da Terra, foi então habitado por uma divindade que lhe era própria.

Índia
O batimento do mar cósmico

    Aproximadamente de 4.000 em 4.000 milhões de anos, o Buda está encarregue de recriar o Mundo. Este ciclo criativo já ocorreu nove vezes.
    À noite, Vixnu repousa de olhos fechados sobre os anéis da sua serpente, Ananta. Ao alvorecer, quando abre os olhos, um lótus desabrocha no seu umbigo. Deste lótus nasce Brama, que cria o mundo num pequeno ovo dourado. Faz o Sol e a Lua e coloca-os no céu, depois cria os deuses, as deusas e os demónios.
    Um dia, estes deuses reuniram-se para procurar o elixir da imortalidade, escondido no fundo do oceano. Aplicando uma ideia de Vixnu, decidiram bater o mar cósmico para fazer subri o elixir à superfície (como se bate a nata do leite para fazer manteiga). Usaram o monte Mandará, assente numa tartaruga gigante, como batedeira, e a serpente Ananta serviu de corda para o fazer girar. Os devas (deuses benéficos) pegaram numa das extremidades de Ananta, e os asuras (demónios), na outra.
    O monte Mandará, assente sobre a tartaruga, rodou então num sentido, depois no outro, fazendo revoltear o mar, que se tornou leitoso, acabando por transformar-se em manteiga. As divindades continuaram a agitar a batedeira, fazendo subir 14 «coisas preciosas», entre as quais o elixir da imortalidade, o Sol, a Lua, bem como a alegria, o vigor e a saúde: os princípios necessários à vida.

China
O gigante Pangu

Inicialmente o caos negro reinava no universo, mas deste caos, após ter tomado a forma de um ovo, nasceu o gigante Pangu - o primeiro ser vivo de todos.
No princípio Pangu dormia enquanto se desenvolvia na segurança do ovo, mas muitos anos depois quando já tinha crescido e transformado-se num gigante, Pangu acordou e espreguiçou-se, fazendo com que o ovo se partisse.
Os pedaços do ovo partido separaram-se. As partes mais claras, leves e puras tornaram-se o céu, as outras, mais pesadas, afundaram-se formando assim a Terra.
Este foi o início do yin e do yang.
Pangu, temendo que as partes do ovo, agora o Céu e a Terra, se pudessem unir novamente, colocou-se entre estes, com a cabeça a segurar o Céu e os pés empurravam a Terra. Permaneceu desta forma durante 18.000 anos e Pangu continuava a crescer, 3 metros por dia, o que fazia com que a distância entre o Céu e a Terra aumentasse. Quando finalmente pareceu a Pangu que estes já se encontravam a uma distância segura, de 50.000 km, Pangu exausto do longo esforço, adormeceu. Sono do qual nunca mais acordou.
Quando morreu as partes de Pangu tornaram-se nos elementos naturais: o sopro tornou-se o vento e as nuvens; a voz, o trovão e os relâmpagos; o olho direito tornou-se o Sol e o esquerdo a Lua; os quatro membros e o tronco formaram os pontos cardeais e as montanhas; os rios tiveram como origem o seu sangue e das veias surgiram as estrads e os caminhos; a carne veio a ser as árvores e solo; o cabelo e a cabeça, nas estrelas do céu e a pele e pêlos do corpo tornaram-se as flores e as ervas; enquanto que os metais e as pedras foram formados a partir dos dentes e dos ossos e o rovalho pela sua transpiração. Finalmente, os vários parasitas que habitavam no corpo de Pangu tornaram-se as diversas raças humanas que habitam a Terra.
E desta forma, Pangu formou o universo.


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