segunda-feira, 20 de abril de 2015

SUFI

DANÇA SUFI: O RITUAL SEMA DA ORDEM DOS DERVISHES
A ordem dos Dervishes girantes é um ramo da vasta tradição Sufi do Islã, que compartilha dos valores universais do amor e do serviço. O ritual de girar, que é praticado por esta Ordem, simboliza estes valores nos corações e mentes de milhões de pessoas ao redor do mundo.
O significado fundamental de Sema
O Ritual Sema, que é a dança Sufi, começou com a inspiração de Mevlâna Jalâluddîn Rumi (1207-1273) e foi influenciado pelos costumes e cultura Turcos.
A condição fundamental de nossa existência é girante. Não há ser ou objeto que não se mova em giros, pois todas as coisas são compostas de elétrons, prótons e nêutrons, que giram em átomos. Tudo gira, e o ser humano vive por meio do girar destas partículas, pelo girar do sangue no seu corpo, o girar dos estágios de sua vida, pelo seu vir da terra e retornar a ela. Todos estes giros são naturais e inconscientes, mas o ser humano possui a mente e a inteligência que o distinguem de outros seres. Portanto, os Dervishes girantes (ou semazen) intencionalmente e conscientemente participam e compartilham o girar dos outros seres.
Ao contrário da crença popular, o objetivo não é perder a consciência ou cair num estado de êxtase. Ao girar em harmonia com todas as coisas da natureza – com as menores células e com as estrelas no firmamento – os semazen testemunham a existência e a majestade do Criador, pensam Nele, agradecem a Ele, e oram a Ele. Ao fazê-lo, os semazen confirmam as palavras do Corão: “O que há nos céus e o que há na terra glorificam a Allah” (Al-Taghaabun, 64:1).
Uma característica importante deste ritual de sete séculos é que ele reúne os três componentes fundamentais da natureza humana: a mente (pelo conhecimento e pensamento), o coração (através da expressão de sentimentos, poesia e música) e o corpo (ativando a vida, girando). Estes três elementos são integralmente unidos tanto na teoria quanto na prática, como talvez em nenhum outro ritual ou sistema de pensamento.
A cerimônia representa a jornada espiritual do ser humano, uma ascenção por meio da inteligência e amor à Perfeição (Kemal). Girando em direção à verdade, ele cresce através do amor, transcende o ego, encontra a verdade, e chega à Perfeição. Então ele retorna de sua jornada espiritual como aquele que alcançou a maturidade e a completude, capaz de amar e servir a toda criação e a todas as criaturas, sem discriminações de crença, classe ou raça.
No simbolismo do ritual Sema, o chapéu de pelo de camelo (sikke) do semazen representa a tumba do ego; a sua grande saia branca representa a mortalha do ego. Ao remover a sua capa negra, ele é espiritualmente renascido para a verdade. No início do Sema, mantendo seus braços fechados em cruz, o semazen representa o número um, testemunhando a unidade divina. Enquanto gira, seus braços estão abertos: seu braço direito está direcionado ao céu, pronto para receber a beneficência de Deus; sua mão esquerda, sobre a qual os seus olhos estão fixados, está virada para a terra.
O semazen oferece o presente espiritual de Deus àqueles que testemunham o ritual Sema. Girando da direita para a esquerda ao redor do coração, o semazen abraça toda a humanidade com amor. O ser humano foi criado com amor, para que também ame. Mevlâna Jalâluddîn Rumi diz: “Todos os amores são uma ponte para o amor Divino. No entanto, aqueles que não o experimentaram não o sabem!”.

As histórias sufis não nos chegam somente pela razão, penetram também pela emoção (coração). Às vezes, precisamos de dias, semanas, meses e até anos para compreender profundamente uma narrativa sufi, outras, podemos compreendê-la antes mesmo de ouvi-las, como se ela já morasse dentro da gente, adormecida à espera de ser despertada. (http://www.saraiva.com.br/as-14-perolas-da-sabedoria-sufi-5…)


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