quarta-feira, 30 de abril de 2014

Os príncipes do destino

Os dezesseis príncipes e as histórias do destino

Há muito tempo, num antigo país da África, dezesseis príncipes negros trabalhavam juntos numa missão da mais alta importância para seu povo, povo que chamamos de iorubá.
Seu ofício era colecionar e contar histórias. O tradicional povo iorubá acreditava que tudo na vida de alguém já aconteceu muito antes a outra pessoa. Saber as histórias já acontecidas, as histórias do passado, significava para eles saber o que acontece e o que vai acontecer na vida daqueles que vivem o presente. Pois eles acreditavam que tudo na vida é repetição. E as histórias tinham que ser aprendidas de cor e transmitidas de boca em boca, de geração a geração, pois, como muitos outros velhos povos do mundo, os iorubás antigos não conheciam a palavra escrita.
Na língua iorubá dos nossos dezesseis príncipes havia uma palavra para se referir a eles. Eles eram chamados de odus, que poderíamos traduzir como portadores do destino. Os príncipes odus colecionavam as histórias dos que viveram em tempos passados, sendo cada um deles responsável por um determinado assunto. Assim, o odu chamado Oxé sabia todas as histórias de amor. Odi sabia as histórias que falavam de viagens, segócios e guerras. Ossá sabia tudo a respeito da vida em família e da maternidade. E assim por diante. As histórias falavam de tudo o que acontece na vida das pessoas, de aspectos positivos e negativos, pois tudo tem o seu lado bom e o seu lado bom e o seu lado ruim.
Quando uma criança iorubá nascia, um dos dezesseis odus passava a cuidar de seu destino, de modo que na vida de cada nova criatura se repetiriam as histórias contadas pelo príncipe que era o deu odu, o padrinho de seu destino.
Sim, cada criança nascida naquele país tinha um odu protetor e esse odu a acompanhava pela vida afora, era seu destino. E tudo o que lhe acontecia estava previsto nas histórias que o príncipe gostava de contar.
Bem, formavam o time completo dos odus:
Acima dos dezesseis príncipes odus estava o Senhor do Destino, o deus que os iorubás chamavam de Ifá. Os antigos iorubás cultuavam muitos deuses, que eles chamavam de orixás, e cada orixá cuidava de um diferente aspecto do mundo. Ifá era o orixá do destino, mestre do acontecer da vida, e os odus trabalham pra ele.
Ifá vivia no Céu dos orixás, que era chamado de Orum. De lá ele comandava os príncipes odus. Os odus orientavam o destino dos seres humanos mas Ifá os vigiava com muita atenção, para que tudo saísse como deveria ser, na vida de cada homem, na vida de cada mulher, fosse um velho, fosse um adulto, fosse uma criança.

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