RITO
Borres Guilouski
O rito religioso é um gesto de fé
Uma ponte para o divino
Que pode dispensar o uso da palavra
E pode servir-se do poder que a palavra tem
Pode conferir sentido
Apontar um rumo
Consolar e aquecer o coração de alguém
Pode despertar forças
Elevar sentimentos
E provocar transformações
Um rito sagrado pode também
Alimentar e fomentar esperanças
Pontuar novos estados de ser
Ajudar a viver mais leve
E equilibrar as emoções
Fazendo a pessoa sentir-se bem
comunicado religioso.
(Esta poesia está disponível no link https://www.google.com.br (texto de Borres e Diná)
Sugestão de leitura teórica www2.pucpr.br/reol/index.php/2jointh?dd99=pdf&dd1=7577
A fé e a medicina
Após acordar durante a noite angustiado, Alberto vai para o hospital. Chegando lá, um médico decide interná-lo. Enquanto espera no leito para a realização de alguns exames, Alberto observa outros pacientes e seus familiares rezando. Ele começa a refletir sobre a relação entre os métodos da ciência para tratar doenças e a fé dos pacientes que acreditam na cura através da vontade divina.
Assista também ao episódio: Ciência e religião
PARA OS ALUNOS:
NOTÍCIA (material que pode ser usado em sala como disparador para o conteúdo)
Pajé faz ritual de cura indígena para tentar salvar garoto de cinco anos
Felipe estava internado em São Paulo com uma doença grave.
Segundo médicos, tratamento pode gerar efeitos positivos.
Segundo médicos, tratamento pode gerar efeitos positivos.
A família de um índio de cinco anos internado em São Paulo
decidiu chamar um pajé para salvar a vida do menino com um
ritual indígena de cura.
Felipe, o indiozinho Kaiabi, tem uma doença grave. O fungo causador da criptococose se instalou nos pulmões e no cérebro do menino, que desenvolveu uma infecção respiratória crônica e também uma forma rara de meningite.
Felipe, o indiozinho Kaiabi, tem uma doença grave. O fungo causador da criptococose se instalou nos pulmões e no cérebro do menino, que desenvolveu uma infecção respiratória crônica e também uma forma rara de meningite.
“Esse fungo existe na natureza. Então a gente pode
pegar através de fezes de pombos, eucaliptos, mata, e
normalmente a gente aspira esses fungos. A maioria das pessoas
resolve essa infecção, porque têm defesas boas e acabam não
desenvolvendo o quadro”, diz Maria Aparecida Ferrarini, pediatra
infectologista da Unifesp.
Em 20 % dos casos, porém, pessoas sem qualquer problema imunológico, como Felipe, podem contrair a doença. “É uma criança que a gente não tem o que responder. A gente faz um toque no rosto dele, a gente conversa, cochicha com ele. Ele é muito risonho, ele é muito bonzinho. Ele só fica chateado mesmo quando ele está com a dor, que aí ele não quer conversa, ele chora”, diz a pediatra.
A meningite aumenta a pressão dentro do crânio, o que provoca dores de cabeça muito fortes. O tratamento é penoso: há sete meses, Felipe luta contra a infecção. Primeiro em Mato Grosso, e, nos últimos dois meses, no hospital São Paulo. “Ele está esgotado de hospital, ele quer sair porque é muito difícil, permanecer, para uma criança que é criada livremente, imagina um índio, você ficar preso numa cama”, diz Maria Aparecida.
A vida de Felipe nunca mais será a mesma. “Ele está cego e isso é irreversível”, diz a médica. Apático, o menino não queria comer e nem sair da cama.
Em 20 % dos casos, porém, pessoas sem qualquer problema imunológico, como Felipe, podem contrair a doença. “É uma criança que a gente não tem o que responder. A gente faz um toque no rosto dele, a gente conversa, cochicha com ele. Ele é muito risonho, ele é muito bonzinho. Ele só fica chateado mesmo quando ele está com a dor, que aí ele não quer conversa, ele chora”, diz a pediatra.
A meningite aumenta a pressão dentro do crânio, o que provoca dores de cabeça muito fortes. O tratamento é penoso: há sete meses, Felipe luta contra a infecção. Primeiro em Mato Grosso, e, nos últimos dois meses, no hospital São Paulo. “Ele está esgotado de hospital, ele quer sair porque é muito difícil, permanecer, para uma criança que é criada livremente, imagina um índio, você ficar preso numa cama”, diz Maria Aparecida.
A vida de Felipe nunca mais será a mesma. “Ele está cego e isso é irreversível”, diz a médica. Apático, o menino não queria comer e nem sair da cama.
Ajuda indígena
A família pediu, então, a ajuda de um pajé. Yawa Mi U foi trazido
pelo projeto Xingu, da Universidade Federal de São Paulo, que há
mais de 40 anos trabalha com índios e hoje cuida de Felipe.
Para a tradição indígena, maus espíritos atrapalham o tratamento.
“Porque ele tem os espíritos que está desviando o remédio da
doença dele”, diz Yawa Mi U.
A pajelança levou quatro dias. “A febre que o paciente tem e a dor que o paciente tem penetra no corpo do pajé. A gente sente muito fraco quando a gente faz pajelança”, diz o pajé.
O indiozinho tomou também um banho com ervas medicinais e raízes. Esse remédio combate a febre e a dor do corpo. É um remédio que só o pajé sabe.
A pajelança levou quatro dias. “A febre que o paciente tem e a dor que o paciente tem penetra no corpo do pajé. A gente sente muito fraco quando a gente faz pajelança”, diz o pajé.
O indiozinho tomou também um banho com ervas medicinais e raízes. Esse remédio combate a febre e a dor do corpo. É um remédio que só o pajé sabe.
Viagem
A reza não terminou no hospital. O Fantástico acompanhou o pajé,
de avião e de barco, até a aldeia de Felipe, que fica na região
do Xingu, em Mato Grosso.
A reportagem visitou a oca do indiozinho e conversou com o avô dele. Ele dorme junto com a mãe e com o pai. Felipe já avisou: quer uma rede só pra ele quando voltar. “Já tem rede nova pronta”, avisa o avô.
O velho Kaiabi mostra também os remos de que o neto tanto gosta. “Ele gostava de remar quando ele estava bom de saúde.” Ele diz ter saudade do neto: “Para a família, faz falta. Faz bastante falta”.
Foi ideia do avô chamar o pajé para rezar pelo menino. “Eu estava preocupado muito com o meu netinho, com o Felipe. Tudo isso doeu pra mim”.
Na tribo, começa uma nova pajelança que completa o trabalho feito em São Paulo. A primeira parte do ritual é uma festa para o Felipe. O pajé pede pela saúde do menino e os índios acompanham.
A cerimônia continua dentro da oca, com os objetos de Felipe. “Nós confiamos bastante que ele vai melhorar mais e vai voltar para cá, para a família dele”, afirma o pajé.
A reportagem visitou a oca do indiozinho e conversou com o avô dele. Ele dorme junto com a mãe e com o pai. Felipe já avisou: quer uma rede só pra ele quando voltar. “Já tem rede nova pronta”, avisa o avô.
O velho Kaiabi mostra também os remos de que o neto tanto gosta. “Ele gostava de remar quando ele estava bom de saúde.” Ele diz ter saudade do neto: “Para a família, faz falta. Faz bastante falta”.
Foi ideia do avô chamar o pajé para rezar pelo menino. “Eu estava preocupado muito com o meu netinho, com o Felipe. Tudo isso doeu pra mim”.
Na tribo, começa uma nova pajelança que completa o trabalho feito em São Paulo. A primeira parte do ritual é uma festa para o Felipe. O pajé pede pela saúde do menino e os índios acompanham.
A cerimônia continua dentro da oca, com os objetos de Felipe. “Nós confiamos bastante que ele vai melhorar mais e vai voltar para cá, para a família dele”, afirma o pajé.
Resultado positivo
Em São Paulo, uma surpresa. Felipe nunca deixou de tomar os
remédios, mas de alguma forma a pajelança parece ter ajudado. A
situação do menino mudou, diz Douglas Rodrigues, coordenador do
projeto Xingu. “Ele não conseguia se movimentar. Tremia tudo,
parece que sentia fraqueza”, diz o pai de Felipe, Mayup Kaiabi.
“Depois desses quatro dias de pajelança, hoje eu já vi outro Felipe, andando, sorrindo”, afirma Marcos Schaper, pediatra do projeto Xingu. Na última sexta-feira, o pequeno Kaiabi recebeu alta do hospital. Vai ficar em São Paulo por mais alguns dias, para fazer exames.
“Eu acho que não dá pra gente tratar a medicina do pajé, a medicina tradicional indígena com o mesmo enfoque que a gente faz com a medicina científica”, diz Rodrigues. “Pra mim o que importa é que o Felipe, que é a pessoa que eu cuido, acredita. Que a família do Felipe acredita que a comunidade do Felipe acredita. Isso pra mim basta”, diz o pediatra.
(http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1091133-5598,00-PAJE+FAZ+RITUAL+DE+CURA+INDIGENA+PARA+TENTAR+SALVAR+GAROTO+DE+CINCO+ANOS.html)“Depois desses quatro dias de pajelança, hoje eu já vi outro Felipe, andando, sorrindo”, afirma Marcos Schaper, pediatra do projeto Xingu. Na última sexta-feira, o pequeno Kaiabi recebeu alta do hospital. Vai ficar em São Paulo por mais alguns dias, para fazer exames.
“Eu acho que não dá pra gente tratar a medicina do pajé, a medicina tradicional indígena com o mesmo enfoque que a gente faz com a medicina científica”, diz Rodrigues. “Pra mim o que importa é que o Felipe, que é a pessoa que eu cuido, acredita. Que a família do Felipe acredita que a comunidade do Felipe acredita. Isso pra mim basta”, diz o pediatra.
PARA COLAR NO CADERNO:
A PARTIR DAÍ, E DAS CONSIDERAÇÕES FEITAS PELOS ALUNOS, O PROFESSOR DEVERÁ TRAZER RITOS E RITUAIS DE CURA EM DIFERENTES ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS, CONTEMPLANDO AS 4 MATRIZES: INDÍGENA (NA ATIVIDADE ACIMA), OCIDENTAL, AFRICANA E ORIENTAL.
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