Há muitos e muitos anos vivia na cidade de Damasco,na Síria,um pobre Muçulmano chamado Ammar Mohammad.
Ammar Mohammad sempre lutava para ganhar a vida dignamente como um bom Muçulmano:limpava jardins,carregava pedras, buscava água, sempre com boa vontade, trabalhando sem se queixar muito conformado.
Com o passar dos anos, porem,Ammar Mohammad começou a sentir-se cansado e preocupado. Durante a vida toda só trabalhara e nunca conseguira juntar qualquer dinheiro,nenhuma economia que pudesse socorrê-lo em caso de necessidade.A única coisa que tinha era uma casa herança de família.
Essa casa ficava num bairro pobre de Damasco, no fim de uma rua esburacada. Era feita de pedras e protegida por um portaozinho de madeira.atrás da casa,corria um riacho;à beira do riacho crescia uma velha tamareira , e era à sombra dessa arvore que Ammar Mohammad costumava descansar depois de trabalhar a manha toda.Ali ele refletia sobre sua vida e se perguntava o que seria dele quando a velhice não lhe permitisse o esforço físico.
Sempre assim cismado, um dia Ammar Mohammad dormiu, recostado à tamareira e teve um sonho; sonhou que estava na cidade do Cairo,no Egito.
Ele nunca havia estado de fato no Egito,mas no sonho passeava com desembaraço pela avenida central da cidade e distinguia perfeitamente os mercadores de tapetes, os minaretes das lindas mesquitas .Atravessando uma praça,ele dobrava à direita, descia uma rua estreita,chegava a um rio.Sobre o rio,havia uma ponte e, embaixo da ponte, ó maravilha! Um cofre repleto de moedas e jóias reluzentes!
Quando acordou, Ammar Mohammad teve certeza de que aquele era o tesouro que Allaah lhe reservara. O sonho tinha sido tão nítido, tão preciso nos detalhes,não havia engano!
Sem pensar em mais nada,ele arrumou sua trouxa e pôs-se a caminho do Cairo.Era uma longa e penosa distância,principalmente para ele, que ia a pé e sem dinheiro. No entanto, movido pela firme certeza de encontrar sua fortuna,Ammar Mohammad atravessou desertos e vales,rios e florestas ate chegar,finalmente, exausto e maltrapilho,à cidade que Allaah lhe mostrara-lhe em sonhos.
Sua fé, então redobrou de vigor, pois o Cairo era exatamente como ele havia sonhado!
Ele reconheceu a Avenida principal, os mercados de tapetes, os minaretes das lindas mesquitas; chegou à praça,virou à direita, desceu a rua, avistou o rio, aproximou-se da ponte,mas...
Mas..no exato momento em que deveria estar o tesouro, não havia cofre algum; havia, isso sim,um mendigo mais pobre e maltrapilho do que ele.
Chocado,Ammar Mohammad deu-se conta da sua loucura!
Que tolo fora! E agora,com que forcas enfrentaria a viajem de volta? “não”,pensou ele “melhor será acabar meus dias aqui mesmo. Nenhuma esperança me resta”.E,decidido a desistir já ia voltando alguém o segurava ,agarrando sua perna por baixo da ponte.era o mendigo, que gritava:
-Hei, irmão Assalamu Waleikum,não se desespere da misericórdia de Allaah!
Waleikum Salaam - respondeu Ammar Mohammad.Estou deseperado.
Não faca isso – respondeu o mendigo Allaah nos ensina no sagrado Alcorão que não devemos nos desesperarmos nem nos afligir com nada pois sempre sairemos vitoriosos se permanecermos muçulmanos devotos.Conte-me sua Historia.faca uma boa ação entretendo um miserável como eu.
Ammar Mohammad hesitou,mais resolveu afinal repartir suas dores com aquele muçulmano.contou-lhe o sonho,concluindo:
-Então no mesmo lugar em que deveria estar o cofre,estava você...
Agora, diga-me, não tenho razão de estar triste.
Olhe – exclamou o mendigo.voce foi mesmo muito irresponsável,acreditar num sonho?
E que você sonhou uma vez só? Veja se tem cabimento! Pois fique sabendo que eu há dez anos, tenho o mesmo sonho, que se repete quase todas as noites.
E Ammar Mohammad perguntou-lhe, e o que você sonha?
- Escute só: eu sonho que estou na Síria, na cidade de Damasco,o que já e uma asneira, pois nunca estive na Síria. Estou num bairro pobre,seguindo por uma rua esburacada. No fim da rua, há uma casa de pedra, protegida por um portãozinho de madeira.Atrás da casa, corre um riacho; à beira do riacho cresce uma tamareira e dentro dessa tamareira,que é oca, há um tesouro.Não e uma bobagem?Eu e que não sou louco de acreditar em sonhos, não acha?
Ammar Mohammad não respondeu. Estava pasmo, pois reconhecera, pela descrição do mendigo, a sua rua, a sua casa,a sua amada tamareira!
Compreendendo os laços do destino, abraçou o mendigo,pediu para que o mesmo aguarda-se um presente e tomou o caminho de volta e, chegando à sua casa, foi direto a velha tamareira, onde o tão sonhado tesouro o aguardava.
Bendito os que se esforçam no caminho do islam!
Allaahu Akbar
Deus é Maior,
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