No primeiro semestre de 2017 a equipe de Ensino Religioso da Prefeitura Municipal de Curitiba promoveu uma oficina de CINEMA NO ENSINO RELIGIOSO. Para isso contou com o apoio das professoras da Rede Municipal de Ensino de Curitiba que desenvolvem suas atividades na ASSINTEC (por meio de cooperação técnica) auxiliando na formação continuada e produção de materiais para o componente curricular Ensino Religioso. Cada planejamento foi pensado de acordo com o currículo proposto pela Secretaria Municipal de Educação.
O material você confere no link: http://multimidia.educacao.curitiba.pr.gov.br/2017/7/pdf/00144704.pdf
Como usar filmes na sala de aula
Juliana Carvalho
Nós,
professores, sabemos o quanto é prazeroso trabalhar com cinema na sala de aula.
Um filme bem escolhido e uma explicação prévia podem resultar em alunos
atentos, concentrados e prontos para debater o que acabaram de assistir. Mas
também sabemos o quanto é trabalhoso organizar essa atividade e encaixá-la em
um ou dois dos nossos parcos 40 ou 50 minutos de aula. Para extrair o máximo
possível desse momento de aprendizado e descontração, tente seguir as dicas
abaixo, antes, durante e depois da atividade.
O
primeiro passo é a escolha do filme. Devemos selecionar obras que estejam
associadas aos conteúdos escolares previstos no planejamento. Aliás, essa
escolha deve acontecer no início do ano e ser incluída como parte dos recursos
previstos na programação. É importante destacar para os alunos o que se
pretende com aquela atividade, e o que será exigido deles, pois precisam ter
noção do todo para realizar as associações entre conteúdo, filme e demais
materiais utilizados na aula. Um bom recurso é oferecer-lhes a sinopse do
filme, esclarecendo do que trata a história, qual é o contexto, quando foi
produzido e em que condições, e todas as informações pertinentes e necessárias
para o entendimento da obra.
É
interessante associar os filmes a recursos adicionais como artigos de jornais,
revistas, textos da internet, livros paradidáticos, música ou literatura, pois
isso amplia ainda mais o trabalho de conteúdos na escola. Também é possível
unir materiais de diferentes épocas para estabelecer parâmetros e comparações
entre o contexto antigo e o contexto atual. Os filmes podem ser utilizados para
apresentar o conteúdo, ou após a aula teórica, para ajudar a esclarecê-lo. O
que vai determinar essa escolha é o nível de complexidade com que o assunto é
tratado na obra.
Se
considerarmos que a abordagem é simples, superficial, podemos utilizar o filme
para introduzir o assunto e despertar interesse nos alunos. Se a abordagem for
profunda, ele pode ser utilizado como complemento da aula teórica. Nesse caso,
o ideal é que após o filme ocorra um debate, no qual o professor poderá
perceber dúvidas e pontos de dificuldade. Esse é também um bom momento para a
introdução dos materiais complementares citados anteriormente.
As
aulas expositivas, posteriores à exibição, podem ser utilizadas para distinguir
pontos importantes do filme, aprofundar o assunto e introduzir ideias que
tenham passado despercebidas, sem que tenham sido mencionadas; novamente, cabe
ao professor utilizar os recursos complementares para que suas aulas sejam
elucidativas, interessantes e para que a atenção e a participação dos alunos
seja contínua.
Se
o professor considerar necessário, os trechos mais importantes podem ser
apresentados mais vezes, depois que as discussões e debates, assim como a
redação sobre o material fílmico, já estiverem em curso durante as aulas.
Os
filmes também podem e devem ser utilizados para a discussão de questões
sociais. Temas atuais como o meio ambiente e a crise econômica podem ser
associados com vários conteúdos. É importante observar o nível escolar dos
alunos, pois estes devem ser abordados de acordo com a faixa etária e o grau de
entendimento dos mesmos. Uma criança pode não entender a crise econômica sob a
perspectiva das transações de bolsas de valores, mas certamente entenderá
porque deve economizar água e energia em casa.
O
trabalho deve utilizar como ponto de partida a noção de mundo dos alunos,
estimulando uma participação mais ativa dos mesmos nos estudos e nas relações
sociais. Também podem ser formados pequenos grupos de trabalho com o objetivo
de fazer com que os alunos troquem ideias entre si e despertem uns nos outros a
atenção quanto a informações e aspectos que não foram percebidos, além de
discutir questões propostas pelo professor.
A
produção textual, caso ocorra, pode ser feita individualmente ou em grupos. O
trabalho com simulações, nas aulas seguintes à exibição, pode aproximar os
temas apresentados nos filmes da realidade vivida pelos alunos, ou mostrar-lhes
outras realidades, as quais não conhecem. Isso tornaria o assunto em questão
ainda mais pulsante e vivo para os mesmos.
Criar
aulas em ambientes extraclasse, parecidos ou não com os ambientes vistos no filme,
pode estimular os estudantes e fazer com que o resultado final dos trabalhos
seja ainda mais interessante.
Não
podemos esquecer que um filme é um texto multimodal e deve ser tratado como
tal. É de fundamental importância que sejam analisados os personagens da ação,
a composição espacial, e para isso devem ser consideradas todas as peças
integrantes do cenário e sua importância na história, além das simbologias
presentes no filme.
Vale
a pena perguntar para os alunos se eles perceberam que, em algum momento, os
personagens usaram palavras e frases com algum significado, mas na verdade
queriam passar outra ideia ou mensagem. Para os professores de língua
portuguesa, algumas figuras de linguagem podem ser relembradas antes da
exibição do filme para que os alunos tentem encontrar exemplos de ironia,
eufemismo, hipérbole, antítese. Também é importante que os alunos entendam o
roteiro, saibam destacar o momento de clímax do filme e o seu desfecho, além de
diferenciar personagens principais para o desenvolvimento da história dos
coadjuvantes.
O
vídeo combina a comunicação sensorial com a audiovisual, a intuição com a
lógica, a emoção com a razão. O professor pode explorar os diferentes sentidos,
chamando a atenção também para músicas e efeitos sonoros.
Para
solucionar o problema do tempo – geralmente os filmes são maiores do que o
tempo de aula – uma sugestão é realizar uma atividade interdisciplinar, na qual
os professores juntariam seus tempos de aula e escolheriam um filme que pudesse
ser utilizado pelas duas disciplinas. Como uma grande variedade de filmes pode
ser utilizada para o estudo de gêneros e tipos textuais em língua
portuguesa, é comum que este se adapte ao trabalho com a outra disciplina, que
provavelmente abordará o conteúdo do filme.
Uma
das vantagens de levar filmes para a sala de aula é a sua ligação com um
momento de lazer e entretenimento. Para os alunos, ver um filme significa
descanso e não o compromisso e as obrigações relativos à aula. Isso modifica a
postura e as expectativas em relação a esse momento “de lazer” transposto para
a sala de aula. Esse clima descontraído pode trazer muitos benefícios para o
processo de aprendizagem, ajudando a torná-la mais dinâmica e parecida com a
aprendizagem do cotidiano, dos grupos sociais, da internet e outras vividas
pelos jovens.
Disponível
em: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0218.html
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