Em dezembro de 2004 o suplemento "Folhinha" do jornal "Folha de São Paulo" fez uma reportagem muito interessante sobre tradições de fim de ano. Nesta reportagem, entrevistaram seis crianças brasileiras de diferentes religiões, a fim de mostrar a diversidade cultural e religiosa de nosso país. O resultado foi um texto recheado de conteúdos para as aulas de Ensino Religioso. Vamos conferir?
Obs.: as imagens não são parte da reportagem, foram colocadas por mim.
CELEBRANDO TRADIÇÕES
Luciana Pareja
A "Folhinha" ouviu seis crianças de algumas crenças, que nos contaram quando, como e por que eles festejam.
Para o orixá do destino
"O Natal a gente comemora normalmente, troca presentes, monta a árvore, só que não faz cerimônia religiosa. É como se fosse uma confraternização", conta Pamela Ojuorun ("olhos do céu", na língua iorubá) Santos Medeiros, 9. Ela segue a tradição dos orixás, religião afro-brasileira. "No Ano Novo, a gente faz uma festa para o orixá do destino, Orumilá, e minha avó - que é mãe de santo - joga búzios para ver o que vai acontecer no ano seguinte."
Não deve haver preconceito
Na casa de Alex Fidelholc, 11, que segue o judaísmo, não há Natal. Mas o Ano Novo, ou Rosh Hashaná, é comemorado em meados de setembro. Lá também é celebrada a vira de 31 de dezembro para 1 de janeiro. "Do calendário gregoriano, só comemoramos o fim de ano e o Carnaval." Ele celebra as festas judaicas, como o Hanukah - a festa das luzes - e o Pessach - considerada a Páscoa judaica. "Não deve haver preconceito e todos devem respeitar a religião dos outros."
Não temos muitas festas
Zena Jaber tem 10 anos e é muçulmana. Seguindo sua religião, não festeja o Natal. Nem o Ano Novo, pois o calendário islâmico é diferente do gregoriano. "No islamismo, não temos muitas festas", diz. "Mas eu não fico com vontade de ganhar presente no Natal, porque nas nossas festas minha mãe dá dinheiro ou presente, e a gente compra roupas novas." São duas as principais festividades dos muçulmanos: o fim do Ramadã. mês de jejum, e a Festa do Sacrifício.
Uma festa de muita alegria
Ana Beatriz Wacyk de Freitas tem 8 anos e é da Igreja Evangélica Luterana Brasileira. Por ser de uma religião cristã - que crê em Jesus Cristo -, celebra o Natal. "É uma festa de muita alegria, porque a gente ganha presentes e realiza sonhos", diz. Ela vai esperar o Papai Noel no dia 24 de dezembro com um gorro "igual ao dele". "Gosto dele porque ele ri bastante e gosta de crianças". O Réveillon ela vai celebrar em casa com a avó. "Não vamos viajar".
O Dia da Paz Universal
No budismo não existe Natal. Mas Victor Silva Pinto, 10, celebra a data na casa de outros parentes. "A gente troca presentes, mas comemora como uma festa comum." Por causa de sua religião, que pratica desde o berço, não acredita em Papai Noel. Já o Ano Novo é como o do calendário gregoriano, e o dia 31 de dezembro é especial. "Nessa data, a gente também comemora o Dia da Paz Universal", explica.
Com dança e canto típicos
Como o calendário da Igreja Ortodoxa tem 15 dias de atraso em relação ao católico, o coroinha ortodoxo russo Danilo Kozemekin, 10, celebra o Natal duas vezes. "No dia 24 a gente faz uma festa em casa, com a família e troca presentes. No dia 7 de janeiro, fazemos uma missa e uma festa na igreja, com dança e canto típicos." O Ano Novo ortodoxo é celebrado com missa no dia 14 de janeiro, mas sua família também "estoura champanhe" na virada do dia 1.
Folha de S. Paulo, 18 dez. 2004.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES A PARTIR DO TEXTO
1. Pesquisa sobre diferentes tipos de calendários:
Do latim calendae, kalendae, significa o primeiro dia do mês romano, dia em que as contas eram pagas. É o sistema de divisão e contagem do tempo ao qual se aplica um conjunto de regras baseadas na astronomia, associando dias inteiros em períodos maiores, como semana, mês e ano.
Calendário lunar - Surge entre os povos de vida nômade ou pastoril. Baseado nas fases da Lua, o dia começa com o pôr-do-sol. O ano é composto de 12 lunações de 29 dias e 12 horas (ou seja, meses de 29 e 30 dias intercalados), num total de 354 ou 355 dias. A defasagem de 11 dias em relação ao ano solar (365 dias) é corrigida pela inclusão de um mês extra periodicamente.
Esse calendário precisa ser ajustado sistematicamente para que o início do ano corresponda sempre a uma lua nova (o mês lunar não é igual a um número inteiro de dias e os meses devem começar sempre com uma lua nova). Para que os meses compreendam números inteiros de dias, adota-se o emprego de meses alternados de 29 e 30 dias.
Calendário solar - Baseado no ano solar, que é o tempo real gasto pela Terra para completar uma volta completa ao redor do Sol (movimento de translação). O ano solar, também chamado de tropical, tem 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.
Estabelece o ano de 365 dias, dividido em 12 meses. A soma das seis horas (arredondamento de 5h48m46s) que sobram a cada ano resulta no ano bissexto a cada quatro anos (6 horas x 4 = 24 horas, ou seja, um dia a mais em fevereiro). O calendário solar surge entre as populações agrícolas.
Calendário lunissolar - Baseia-se no mês lunar, adequando-se o ano lunar às estações do ano (ano solar), por meio de intercalação periódica de um mês a mais. Diferença de 11 dias por ano. O começo do ano deve coincidir com o início de uma lunação.
Ano civil - Compreende um número inteiro de dias (355 ou 366), o mais próximo do ano solar, para facilitar as atividades humanas.
Ano bissexto - Possui 366 dias, um a mais que o ano comum - encaixado no mês de fevereiro -, para corrigir a diferença de quase seis horas (5h48m46s) que o ano solar tem a mais em relação ao ano civil. As seis horas, no final do período de quatro anos, equivalem a 24 horas, ou seja, um dia. No calendário juliano acontecem anos bissextos a cada quatro anos. No calendário gregoriano não são bissextos os anos seculares (que terminam em dois zeros, ou seja, o último ano de cada século), exceto aqueles que são divisíveis por 400.
Origem do nome bissexto - O início de cada mês do calendário romano (juliano) chamava-se calendas. Era costume colocar o dia intercalado após o dia 24 de fevereiro, ou seja, seis dias antes das calendas de março. Esse dia era contado duas vezes, passando a ser chamado em latim de "bis sexto ante calendas martii". Daí o nome bissexto para o ano que tivesse a intercalação.
Os nomes dos meses continuaram os mesmos do calendário de Numa Pumpílio até que, mais tarde, em homenagem aos imperadores César e Augusto, quintilis é denominado julius (julho) e sextilis, augustus (agosto). A alteração da ordem dos meses torna incongruente a denominação dos quatro últimos. No ano da mudança, para fazer a concordância entre o ano civil e o ano solar, Júlio inclui no calendário mais dois meses de 33 e 34 dias, respectivamente, entre novembro e dezembro, além do 13º mês, o mercedonius, de 23 dias. O ano de 708 de Roma (46 a.C.) tem 445 dias distribuídos em 15 meses. É chamado de ano da confusão.
Ano cósmico - É o tempo gasto pelo Sol para dar uma volta ao redor do centro da Via Láctea. Tem a duração aproximada de 225 milhões de anos.
Mês - É o tempo que a Lua leva para dar uma volta ao redor da Terra, contado em números inteiros. Como a lunação não tem um número inteiro de dias, o mês lunar foi definido como tendo 29 ou 30 dias, para se aproximar da lunação, que é de 29,5 dias.
Dia - Período de tempo (24 horas) equivalente ao que a Terra leva para dar uma volta em torno de seu próprio eixo (movimento de rotação). A Terra é dividida em 24 zonas de tempo. Uma das conseqüências da rotação é a sucessão dos dias e das noites. A noção de dia nasce do contraste entre luz solar e noite. É o elemento mais antigo e fundamental do calendário.
Estações do ano - Em razão dos movimentos de rotação e translação, a Terra recebe quantidade diferente de luz decorrer do ano. Entre setembro e março, quando a inclinação do hemisfério norte a distancia do Sol, acontecem as estações do outono e inverno nesse hemisfério, nas quais há menos de 12 horas diárias de luz solar. Durante o resto do ano, o hemisfério norte está mais inclinado para o Sol. Têm-se, então, as estações da primavera e verão, nas quais a luz solar dura mais de 12 horas diárias. No hemisfério sul ocorre o contrário.
As estações só se produzem nas zonas de latitude média e temperada. Na zona equatorial, os raios solares caem quase perpendicularmente por todo o ano, e os dias têm a mesma duração que as noites. Já nas zonas polares, os raios solares são quase tangentes e, por isso, há baixa temperatura o ano todo.
Equinócio - A palavra equinócio significa "noite igual", ou seja, quando a duração do dia é a mesma da noite. Há uma intersecção da trajetória do Sol com a linha do Equador. Acontece aproximadamente nos dias 21 de março (equinócio de outono no hemisfério sul) e 23 de setembro (equinócio da primavera no hemisfério sul).
Solstício - A palavra solstício significa "Sol quieto", pois nesses dias o Sol alcança suas posições extremas nos pontos onde aparece e se oculta. Dá origem aos dias mais longos e mais curtos do ano. É o instante em que começa o verão ou o inverno. É o ponto em que o sol está mais distante do Equador. Situa-se nos dias 22 ou 23 de junho para maior declinação boreal (solstício de inverno no hemisfério sul) e 22 ou 23 e dezembro para maior declinação austral (solstício de verão no hemisfério sul). No hemisfério norte ocorre o contrário.
Era Cristã - O calendário cristão é adotado no Ocidente a partir do século VI. No século X, a Era Cristã é oficializada pela Igreja romana e introduzida na Igreja bizantina. No fim do século XIX, quando a contagem cronológica da história já está difundida e uniformizada, descobre-se um erro de cálculo. Segundo a moderna historiografia, Cristo nasce no ano 4 a.C. (http://www.coladaweb.com/curiosidades/os-diferentes-tipos-de-calendarios)
Esse calendário precisa ser ajustado sistematicamente para que o início do ano corresponda sempre a uma lua nova (o mês lunar não é igual a um número inteiro de dias e os meses devem começar sempre com uma lua nova). Para que os meses compreendam números inteiros de dias, adota-se o emprego de meses alternados de 29 e 30 dias.
Calendário solar - Baseado no ano solar, que é o tempo real gasto pela Terra para completar uma volta completa ao redor do Sol (movimento de translação). O ano solar, também chamado de tropical, tem 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.
Estabelece o ano de 365 dias, dividido em 12 meses. A soma das seis horas (arredondamento de 5h48m46s) que sobram a cada ano resulta no ano bissexto a cada quatro anos (6 horas x 4 = 24 horas, ou seja, um dia a mais em fevereiro). O calendário solar surge entre as populações agrícolas.
Calendário lunissolar - Baseia-se no mês lunar, adequando-se o ano lunar às estações do ano (ano solar), por meio de intercalação periódica de um mês a mais. Diferença de 11 dias por ano. O começo do ano deve coincidir com o início de uma lunação.
Ano civil - Compreende um número inteiro de dias (355 ou 366), o mais próximo do ano solar, para facilitar as atividades humanas.
Ano bissexto - Possui 366 dias, um a mais que o ano comum - encaixado no mês de fevereiro -, para corrigir a diferença de quase seis horas (5h48m46s) que o ano solar tem a mais em relação ao ano civil. As seis horas, no final do período de quatro anos, equivalem a 24 horas, ou seja, um dia. No calendário juliano acontecem anos bissextos a cada quatro anos. No calendário gregoriano não são bissextos os anos seculares (que terminam em dois zeros, ou seja, o último ano de cada século), exceto aqueles que são divisíveis por 400.
Origem do nome bissexto - O início de cada mês do calendário romano (juliano) chamava-se calendas. Era costume colocar o dia intercalado após o dia 24 de fevereiro, ou seja, seis dias antes das calendas de março. Esse dia era contado duas vezes, passando a ser chamado em latim de "bis sexto ante calendas martii". Daí o nome bissexto para o ano que tivesse a intercalação.
Os nomes dos meses continuaram os mesmos do calendário de Numa Pumpílio até que, mais tarde, em homenagem aos imperadores César e Augusto, quintilis é denominado julius (julho) e sextilis, augustus (agosto). A alteração da ordem dos meses torna incongruente a denominação dos quatro últimos. No ano da mudança, para fazer a concordância entre o ano civil e o ano solar, Júlio inclui no calendário mais dois meses de 33 e 34 dias, respectivamente, entre novembro e dezembro, além do 13º mês, o mercedonius, de 23 dias. O ano de 708 de Roma (46 a.C.) tem 445 dias distribuídos em 15 meses. É chamado de ano da confusão.
Ano cósmico - É o tempo gasto pelo Sol para dar uma volta ao redor do centro da Via Láctea. Tem a duração aproximada de 225 milhões de anos.
Mês - É o tempo que a Lua leva para dar uma volta ao redor da Terra, contado em números inteiros. Como a lunação não tem um número inteiro de dias, o mês lunar foi definido como tendo 29 ou 30 dias, para se aproximar da lunação, que é de 29,5 dias.
Dia - Período de tempo (24 horas) equivalente ao que a Terra leva para dar uma volta em torno de seu próprio eixo (movimento de rotação). A Terra é dividida em 24 zonas de tempo. Uma das conseqüências da rotação é a sucessão dos dias e das noites. A noção de dia nasce do contraste entre luz solar e noite. É o elemento mais antigo e fundamental do calendário.
Estações do ano - Em razão dos movimentos de rotação e translação, a Terra recebe quantidade diferente de luz decorrer do ano. Entre setembro e março, quando a inclinação do hemisfério norte a distancia do Sol, acontecem as estações do outono e inverno nesse hemisfério, nas quais há menos de 12 horas diárias de luz solar. Durante o resto do ano, o hemisfério norte está mais inclinado para o Sol. Têm-se, então, as estações da primavera e verão, nas quais a luz solar dura mais de 12 horas diárias. No hemisfério sul ocorre o contrário.
As estações só se produzem nas zonas de latitude média e temperada. Na zona equatorial, os raios solares caem quase perpendicularmente por todo o ano, e os dias têm a mesma duração que as noites. Já nas zonas polares, os raios solares são quase tangentes e, por isso, há baixa temperatura o ano todo.
Equinócio - A palavra equinócio significa "noite igual", ou seja, quando a duração do dia é a mesma da noite. Há uma intersecção da trajetória do Sol com a linha do Equador. Acontece aproximadamente nos dias 21 de março (equinócio de outono no hemisfério sul) e 23 de setembro (equinócio da primavera no hemisfério sul).
Solstício - A palavra solstício significa "Sol quieto", pois nesses dias o Sol alcança suas posições extremas nos pontos onde aparece e se oculta. Dá origem aos dias mais longos e mais curtos do ano. É o instante em que começa o verão ou o inverno. É o ponto em que o sol está mais distante do Equador. Situa-se nos dias 22 ou 23 de junho para maior declinação boreal (solstício de inverno no hemisfério sul) e 22 ou 23 e dezembro para maior declinação austral (solstício de verão no hemisfério sul). No hemisfério norte ocorre o contrário.
Era Cristã - O calendário cristão é adotado no Ocidente a partir do século VI. No século X, a Era Cristã é oficializada pela Igreja romana e introduzida na Igreja bizantina. No fim do século XIX, quando a contagem cronológica da história já está difundida e uniformizada, descobre-se um erro de cálculo. Segundo a moderna historiografia, Cristo nasce no ano 4 a.C. (http://www.coladaweb.com/curiosidades/os-diferentes-tipos-de-calendarios)
CALENDÁRIO GREGORIANO
Você já deve ter se perguntado sobre a origem do calendário que utilizamos no mundo ocidental. Dessa forma, qual seria realmente sua origem? Como ele era calculado? Abaixo segue uma pequena história do calendário gregoriano, que é utilizado hoje em dia na maior parte do mundo.
O calendário gregoriano surgiu em virtude de uma modificação no calendário juliano, realizada em 1582, para ajustar o ano civil, o do calendário, ao ano solar, decorrente do movimento de elipse realizado pela Terra em torno do Sol. Antes de Júlio César (100 a.C. – 44 a.C.), o calendário que vigorava em Roma era dividido em 355 dias e 12 meses, o que causava um grande desajustamento ao longo do tempo, pois as estações do ano passavam a ocorrer em datas diferentes. Quando se tornou ditador da República romana, Júlio César resolveu reformar o calendário para adequá-lo novamente ao tempo natural.
Para isso, foi necessário criar, em 46 a.C., um ano com 15 meses e 455 dias para compensar a defasagem, este ano ficou conhecido como o “ano da confusão”. A reforma de Júlio César instituiu o ano depois de 45 a.C. com 365 dias e seis horas, divididos em 12 meses, o que conseguiu resolver o problema durante um tempo. As seis horas que sobravam de cada ano seriam compensadas a cada quatro anos com a inclusão de mais um dia em fevereiro, os dias bissextos.
No entanto, ainda persistiu a defasagem entre o ano do calendário e o ano natural, sendo que durante a Idade Média foram várias as tentativas de resolvê-la. O Concílio de Trento, realizado em 1545, decidiu pelas alterações no calendário da Igreja, cabendo a Gregório XIII instituir o novo calendário, que passaria a se chamar calendário gregoriano em sua homenagem. Para adequar a data da Páscoa com o equinócio de primavera no Hemisfério Norte, o papa Gregório XIII ordenou que o dia seguinte a 4 de outubro de 1582 passasse a ser o dia 15 de outubro. Um salto de 11 dias! Para diminuir a defasagem, os dias bissextos não ocorreriam nos anos centenários (terminados em 00), a não ser que fossem divisíveis de forma exata por 400.
A maior parte do mundo católico aceitou a mudança, mas foram vários os países que rejeitaram a alteração, fazendo com que mais de um calendário existisse no mundo cristão. Os últimos países a adotarem o calendário gregoriano na Europa foram a Grécia, em 1923, e a Turquia, em 1926.
Por Tales Pinto (http://www.escolakids.com/historia-do-calendario.htm)
O calendário islâmico
Os Árabes utilizam dois calendários:
- O islâmico: para o quotidiano e os propósitos religiosos;
- O gregoriano: para assuntos civis e comerciais.
Vejamos as diferenças e vamos conhecer o calendário islâmico.
O ano gregoriano, adotado também no Brasil, corresponde a um giro da Terra em torno do Sol, tem 365 ou 366 dias, divididos em 12 meses de 28 a 31 dias, e seu calendário tem início no ano de nascimento do Cristo.
O Calendário Islâmico, ou calendário da Hijra, ou Hégira, cujo significado é migração, é lunar, isto é, organizado com base na revolução da Lua em torno da Terra. Um mês equivale ao ciclo entre duas luas novas e realizado em 29 dias, 12 horas e 40 minutos. O calendário lunar tem 354 ou 355 dias, divididos em 12 meses, 6 de 29 dias e 6 de 30 dias e se inicia no dia em que o Profeta Muhammad (SAAS1) migrou da Meca para Medina, a fim de escapar às perseguições de seus adversários e continuar a proclamar as Revelações. O primeiro dia da Hijra corresponde ao dia 16 de julho de 622 DC no calendário gregoriano.
Assim, o ano islâmico é 11 dias mais curto do que o ano gregoriano, fazendo com que o calendário inicie mais cedo a cada ano, quando comparado ao gregoriano. Ele também precisa ser ajustado com um dia adicional nos anos “bissextos”. Nestes anos, chamados “anos abundantes”, o mês de Thu al-Hijjah, que normalmente tem 29 dias, passa para 30 dias no 2º, 5º, 7º, 10º, 13º, 16º, 18º, 21º, 24º, 26º e 29º ano a cada ciclo de 30 anos.
Os meses do calendário islâmico são:
Nome do mês
|
Nº dias
|
Significado
| |
1º
|
Muharram
|
30
|
Mês sagrado
|
2º
|
Safar
|
29
|
Mês da partida (viagem)
|
3º
|
Rabi' al-Awwal
|
30
|
1º mês da Primavera
|
4º
|
Rabi' al-Thaani
|
29
|
2º mês da Primavera
|
5º
|
Jumada al-Awwal
|
30
|
1º mês da seca
|
6º
|
Jumada al-Thaani
|
29
|
2º mês da seca
|
7º
|
Rajab
|
30
|
Mês do respeito e da abstinência
|
8º
|
Sha'bán
|
29
|
Mês da germinação
|
9º
|
Ramadhán
|
30
|
Mês do grande calor
|
10º
|
Shawwál
|
29
|
Mês do acasalamento dos animais
|
11º
|
Thu al-Qa'dah
|
30
|
Mês do descanso
|
12º
|
Thu al-Hijjah
|
29
|
Mês da peregrinação
|
O dia muçulmano começa no instante em que se distingue um fio de linha branca de um fio preto e termina com o pôr do Sol, no instante em que os dois fios se confundem. Nos países islâmicos, o dia consagrado ao repouso, equivalente ao domingo dos países ocidentais, é a sexta-feira. A maioria dos países islâmicos adotou a semana de cinco dias, e, portanto, não se trabalha sexta e sábado, na maioria deles, ou quinta e sexta em alguns, como na Arábia Saudita.
Embora os conhecimentos de hoje permitam determinar com exatidão o movimento dos astros, os muçulmanos preservam suas tradições e as datas importantes, como o início do mês de Ramadhán, são definidas pela observação direta dos astros celestes. Todo mês lunar começa quando uma tênue lua nova é percebida no céu, depois do pôr-do-sol. O Qur'an (Al Corão, livro sagrado dos muçulmanos) determina que os fiéis iniciem o jejum do mês sagrado de Ramadhánapós observação, a olho nu, da lua nova que marca o inicio do nono mês do calendário. A tradição estabelece que tal observação deve ser feita por duas testemunhas idôneas e piedosas, que comunicam o fato às autoridades islâmicas que decretam, então, o início do jejum.
Cálculo aproximado
Para fazer um cálculo aproximado do ano da Hijra correspondente a um determinado ano gregoriano:
- subtrai-se 622 (ano da Hijra) do ano gregoriano.
- multiplica-se o resultado por 1,031, resultado do número de dias do ano gregoriano dividido pelo número de dias do ano lunar.
Por exemplo:
O ano de 2005 corresponde a
2005 - 622 = 1383 =>
1383 x 1,031 = 1425,873
O ano de 2005 corresponde a
2005 - 622 = 1383 =>
1383 x 1,031 = 1425,873
Portanto o ano gregoriano de 2005 corresponde aos anos
1425 / 1426 islâmicos.
1425 / 1426 islâmicos.
Principais feriados e suas datas no calendário gregoriano
Feriado (*)
|
2007
|
2008
|
2009
|
2010
|
Eid Ra’s as Sana (Ano novo)
|
Jan 20
|
Jan 10
|
28 Dez (2008)
|
17 Dez (2009)
|
Mawlid al-Nabi(Aniversário do Profeta)
|
Mar 31
|
Mar 20
|
Mar 9
|
Fev 26
|
Inicio do Ramadán(Início do mês de jejum)
|
Set 13
|
Set 2
|
Ago 22
|
Ago 11
|
Eid al-Fotr (Festa do desjejum)
|
Out 13
|
Out 2
|
Set 21
|
Set 10
|
Eid al-Adha (Festa do sacrifício)
|
Dez 20
|
Dez 8
|
Nov 28
|
Nov 17
|
* Nota: As datas listadas são projeções para efeito meramente ilustrativo. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se confirmá-las.
As datas mais importantes do ano islâmico
Lailat Al-Miraj (27 de Rajáb): Nessa data se comemora a miraculosa viagem que o profeta Muhammad (SAAS1) efetuou, um ano antes da Hijra, montado em lendário animal trazido pelo Anjo Gabriel. Em uma noite, o Profeta viajou por diversos lugares, dos quais o mais relevante foi Jerusalém, onde, em rocha sobre a qual hoje se assenta célebre mesquita, ascendeu por uma escada ao Paraíso, onde teve o privilégio de falar com Deus.
Mês do Ramadhán (1 a 30 de Ramadhán): Período de sacrifício em que os fiéis estão proibidos de comer, de beber e de quaisquer outras atividades carnais, do nascer ao pôr-do-sol, podendo fazê-lo somente à noite. Não é propriamente um feriado, mas nesse período os negócios sofrem sensíveis interrupções.
Eíd Al-Fotr (1 a 3 de Shawwál): Feriados em que se comemora o término do mês de jejum.
Período do Hajj (1 a 10 de Thu al-Hijjah): Período em que os muçulmanos, de todo o mundo, cumprem o dever de peregrinar à Meca. Obrigação a realizar, pelo menos uma vez na vida, como um dos cinco preceitos básicos de vida piedosa. A rigor, o período do Hajj (peregrinação) dura uma semana, mas a movimentação, na Meca, começa antes e termina depois dele. Nessa época, a Arábia Saudita recebe quase dois milhões de peregrinos, cessando todos os negócios com estrangeiros.
Eid Al-Adha (10 de Thu Al-Hijjah): a mais importante data do calendário islâmico, quando os muçulmanos se congratulam, tal como os cristãos fazem entre si no Natal. A data lembra a ocasião em que o Profeta Ibrahím (Abrahão), cumprindo a ordem de Deus de sacrificar seu próprio filho, em demonstração de sua fé. Deus impediu o Profeta de consumar o ato, no último momento, lhe enviando um cordeiro para tanto. A pedra negra, sobre a qual Ibrahím ia executar o sacrifício do próprio filho, está na Meca, no centro da Kaabah, monumento em cuja direção todos os fiéis do mundo se voltam nas cinco orações diárias.
Eid Ra's As-Sana (1 de Muharram): O dia de Ano Novo muçulmano. Achura (10 de Muharram): Dia do martírio doImán Hussein Ibn Áli Ibn Abu Tálib, neto do Profeta Muhammad (SAAS1), comemorado pelos Shiítas.
Eid-Al-Maulid An-Nabawi (12 de Rabi´ al-Awwal): Data do nascimento do Profeta Muhammad (SAAS1).
Lailat al Miraj (27 de Rajab): Noite em que o Profeta Muhammad (SAAS1) viajou (Isra) da Meca à "mesquita distante" (al-masjid al-aqsa) em Jerusalém, acompanhado pelo Anjo Gabriel. De Jerusalém, Ele ascendeu ao céu (Miraj) onde dialogou com profetas anteriores antes de encontrar-se com Deus.
Lailat al Qadr (27 de Ramadhán): Noite da glória e poder em que o Qur’an (Livro Sagrado) foi revelado ao Profeta Muhammad (SAAS1), “é melhor que mil meses” durante esta noite os anjos, incluindo o Anjo Gabriel, descem com a permissão de Deus, Noite de paz até o romper do dia. Estas são as principais datas e comemorações entre os muçulmanos. Existem ainda outras datas. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se obter maiores informações sobre os feriados religiosos do país de interesse.
Detalhes
Considera-se o começo de um novo mês quando um observador vê, pela primeira vez e a olho nu, o crescente lunar, depois de uma Lua Nova. Apesar do cálculo da Lua Nova ser bastante preciso, a visibilidade do crescente é muito mais difícil de predizer. Depende de fatores como as condições do tempo, as propriedades óticas da atmosfera e a localização do observador. Portanto, as datas podem variar de acordo com a cidade – e, normalmente varia - e é muito difícil fazer a previsão de quando um novo mês terá início. Este fato gera problemas, no mínimo, curiosos. Um deles é a impossibilidade de se imprimir calendários antecipadamente.
O segundo Califa, sucessor do Profeta, Omar I, que governou de 634 a 644, estabeleceu como norma o dia 1º de Muhharramcomo 1º dia do ano e a contagem dos anos começando pelaHijra, como prescrevia o Qur'an (Corão ou Alcorão). Assim, a Era Islâmica começou no dia 16 de julho de 622, que é o dia 1 deMuhahham do ano 1 A.H (Anno Hegirae, ano da Hégira).
Embora na vida diária o calendário gregoriano seja mais comum, bilhões de muçulmanos usam o calendário lunar islâmico (hijri) para determinar os principais dias de observância dos preceitos religiosos islâmicos, a exemplo do início e final do mês deRamadhán, início e final de cada ano, ou o Dia do Sacrifício (Eidal-Adha). O calendário solar, que considera o tempo decorrido para que a Terra complete uma volta em torno do sol, está sintonizado com o ciclo das estações (primavera, verão, outono e inverno). Como o ano lunar é mais curto do que o ano solar, os meses acabam se deslocando em relação às estações do ano. Assim, há fases em que o Ramadhán cai no inverno, e outras em que ocorre na época mais quente do verão, o que torna a observância do jejum mais dura para os muçulmanos, em regiões onde a temperatura pode chegar aos 50ºC.
1SAAS: Salaláhu Aleihi ua salam: que a paz, as bênçãos e a misericórdia de Allah estejam sobre ele.(http://www.amani.com.br/conteudo/calendario/calendario.asp)
O calendário Judaico
O calendário judaico é um calendário Lunissolar. Isso significa dizer que ele se baseia nos movimentos tanto da Terra em relação ao Sol quanto da Lua em relação a Terra. A Lua completa uma volta completa em torna da Terra em um tempo aproximado de 29,5305 888 531 ou 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 3 segundos (Cabe notar que esse é o tempo médio, havendo variações pequeníssimas de mês para mês).
A partir disso estabelece-se o mês, com duração de 29 ou 30 dias no calendário judaico, 12 meses juntos formam um ano, com um total de 353, 354 ou 355 dias. Contudo, como algumas datas importantes no calendário estão relacionadas com as estações do ano, estabeleceu-se um ciclo que faz com que a cada 19 anos existam 7 anos com um mês extra, desse modo os meses se mantêm bastante fixos em suas estações e concilia-se assim as diferenças entre o movimentos aparentes do Sol e da Lua. Por exemplo, Pessach, também chamada de Chag Aviv (Festa da Primavera), precisa cair todos os anos na primavera do hemisfério Norte.
Nesses ciclos, estabeleceu se que o anos 3, 6, 8, 11, 14, 17 e 19 de cada ciclo terão um mês extra. Uma forma fácil de calcular em que ano do ciclo se está é dividindo o ano por 19 e o resto da divisão será o respectivo ano do ciclo. O ano que estamos 5770 é o 13º do ciclo 304.(5770/19 = 303 com resto 13 – assim houve 303 e ciclos completos).
Estes são os meses do calendário judaico
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A contagem dos anos judaicos começa no dia da criação do homem. Segundo a Torá, Deus criou o mundo em 7 dias, sendo que no sexto dia ele criou o homem. Ao longo do texto da Torá, conta-se a história de algumas pessoas deixando claro com que idade nasceram os seus filhos. Somando-se assim as idades de cada nascimento até uma data já conhecida se determinou a idade do mundo. Em outubro de 2009 se entrou no ano de 5770.
Por exemplo, Adão foi o primeiro homem, com 130 anos ele teve um filho chamado Seth, este por sua vez teve um filho com 105 anos a que chamou Enos, que com 90 anos gerou Cainã, que com 70 anos gerou Maalalel.
Outra peculiaridade do calendário judaico está relacionada com o dia. O começo de um dia é marcado pelo nascer da primeira estrela. Assim, o dia começa com o nascer da primeira estrela e termina com o pôr do Sol seguinte. A semana tem também sete dias e os dias são assim nomeados: Iom rishon (primeiro dia, vai de sábado de noite até o fim da tarde de domingo), Iom Sheni (segundo dia, de domingo de noite até segunda fim de tarde), Iom Shlishi (terceiro dia, de segunda noite a terça fim de tarde), Iom Revii (quarto dia, segue a mesma lógica), Iom Chamishi (Quinto dia), Iom Shishi (Sexto dia) e Iom Shabat (Dia do cessamento*1 – pois foi neste dia que Deus não criou nada).
Esta é a forma atual do calendário judaico. Porém ele nem sempre foi assim, tendo sofrido mudanças ao longo do tempo. Um exemplo disso são os ciclo de anos com um mês a mais, até mais ou menos 350 e.c não se usava o sistema atual de intercalações. Nessa mesma época o tempo médio de uma lunação já era conhecido com um erro menor que meio segundo a cada lunação.
Outra diferença tem a ver com a definição do novo mês. Até o quarto século da era comum o mês novo só era decretado quando duas testemunhas avisavam ao tribunal que haviam visto a Lua Nova (mas um mês nunca poderia passar da duração máxima de 30 dias). Isso gerou uma situação bastante peculiar: o novo mês era definido em Jerusalém e precisava-se avisar os judeus dos mais diversos lugares que um novo mês havia começado. Porém, não era possível enviar mensageiros a todos os lugares que os judeus habitavam, assim se instituiu que os judeus de todos os lugares fora de Israel devem realizar 2 vezes as celebrações, uma imaginando que o mês anterior teve 29 dias e outra no dia seguinte imaginando que o mês anterior teve 30 dias.
Curiosidades:
Em Israel o dia de descanso é o sábado (Shabat). No domingo tudo funciona normalente. É bastante comum a sexta-feira também ser livre, em especial no período da tarde. (http://www.chazit.com/cybersio/artigos/calendario.htm)
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