sábado, 17 de outubro de 2015

PÃO

No dia 16 de outubro é comemorado o "Dia do Pão". Este alimento, além de muito importante no cotidiano, também tem significado religioso. Para entender um pouco melhor, vamos ver um pouco da história do pão.

Breve histórico do pão


         Os povos pré-históricos provavelmente iniciaram a produzir pão há cerca de 10.000 anos 
atrás. Inicialmente, na antiga Mesopotâmia, as pessoas utilizavam pedras para moer os grãos, misturando com água e então coziam a mistura sobre o fogo. Os arqueologistas encontraram pão nas ruínas de um vilarejo a beira de um lago da Suíça, onde habitavam pessoas cerca de 4.000 anos atrás. Uma cesta de pão que foi assada há 3.500 anos foi encontrada no local onde havia sido enterrada, em uma tumba em Tebas, no Egito.


        Antes de o homem aprender a produzir fermento, eles guardavam um pouco da massa crua de cada batelada para misturar com a seguinte. Entre as bateladas, a massa azedava, ou fermentava, por ação de leveduras do ar. Quando  misturadas com massa fresca, causava o crescimento de toda a massa. Massa fermentada ainda é utilizada hoje em dia para a produção do que é chamado pão de massa azeda. 
  
 
Atribui-se aos antigos egípcios o descobrimento do processo de fermentação; eles usavam este princípio por volta do ano 2600 AC. Os egípcios forma provavelmente os primeiros a considerar a panificação como uma forma de arte..  Alguns baixo-relevos encontrados em templos egípcios mostravam que eles já sabiam cultivar cereais desde 6000 AC. Os egípcios eram grande bebedores de cerveja e aplicaram seus conhecimentos sobre o processo de fermentação para a elaboração do pão. Os gregos chamavam os egípcios de "arthophagoi", ou "comedores de pão". O primeiro testemunho escrito vem de Heródoto que, em 450 AC, escreveu "todos estão temerosos de alimentos fermentados, mas os egípcios fazem uma massa de pão fermentada".

        Os egípcios criaram também o primeiro forno e começaram a utilizar diversos tipos de cereais para fazer farinhas e pães.

        Os gregos, que atribuíam a origem do pão aos deuses deram a ele um caráter sagrado. Nós devemos aos gregos a instituição das padarias como estabelecimentos comerciais públicos, e eles ensinaram isto aos romanos. A grande expansão do pão em Roma causou o nascimento da primeira associação oficial de panificadores. Seus membros gozavam de um status muito privilegiado. Eles eram livres de alguns deveres sociais e isentos de muitos impostos. A panificação tornou-se tão prestigiosa durante o Império Romano, que era considerada no mesmo nível que outras artes, como escultura, arquitetura ou literatura. Até politicamente, as classes dominantes usavam pão para satisfazer o povo e fazê-los esquecer os problemas econômicos oriundos da expansão do Império. 
  
        As legiões romanas levaram o pão para a Península Ibérica, apesar de várias referências afirmarem que o processo de panificação já era conhecido por lá, especialmente sobre fermentação pois eles usavam a espuma da cerveja como fermento, o que produzia um pão mais leve e esponjoso do que o dos romanos, que ainda usavam o resto de massa velhas para a fermentação.

         Os romanos melhoraram o processo de moagem, e como resultado disto foram os primeiros a produzir pão branco. Antes disto, somente fazia-se pães escuros, de grãos integrais. Por volta de 100 AC Roma possuía mais de 200 padarias comerciais. Uma escola para padeiros foi criada pelos romanos no século I.

        A medida que o pão foi crescendo de importância na vida das pessoas ele começou a fazer
 parte de suas tradições religiosas. Por exemplo, a Bíblia relata que os antigos hebreus faziam matzota antes da fuga do Egito. Os judeus comem este tipo de pão durante o festival de Passover. A Igreja Católica prega que, durante a  celebração da Missa, o padre transforma o pão no corpo de Jesus Cristo.

        Ao longo dos séculos, com o aumento das viagens e trocas entre os países, aumentos proporcionalmente as variedades de pães. Mais e mais pessoas em todo lugar aprenderam sobre os diferentes tipos de pão que são feitas nas áreas mais afastadas do mundo.
        Poucos indivíduos sabem algo sobre o pão que eles compram, por isto os governos criam leis para proteger os consumidores. Nos Estados Unidos, o Food and Drug Administration (FDA), um organismo federal, limita as quantidades de umidade e amido fora daquele da farinha de trigo que um pão pode conter. Também está especificado que somente farinha de trigo integral pode ser  usado para fabricar pão de trigo integral. o FDA também proíbe a utilização de amaciantes químicos no pão. Como um pão grande pode conter mais ar do que um pequeno, mas não pesar mais que este, alguns estados exigem que só podem ser comercializados pães de certos pesos, e as embalagens devem conter estes pesos. Tanto as leis federais como estaduais proíbem nomes comerciais que possam induzir o consumidor a um engano. Outras leis de proteção ao consumidor exigem que os rótulos indiquem a data de panificação e listem as quantidades dos ingredientes usados no pão.
(Disponível em: http://penta.ufrgs.br/~julio/pao/historic.htm)

Curiosidades sobre o pão

        Você sabia que?

A fermentação já era empregada há cerca de 4000 anos?

        Já em 1.600 AC egípcios e mesopotâmios utilizavam processos químicos de destilação, fermentação e redução.

A queda da Bastilha foi causada pelo preço do pão?

        Em julho de 1789 a população se envolve ativamente nas mudanças preconizadas pela Assembléia Constituinte. Revoltas populares em Paris e no interior, causadas inicialmente pelo aumento do preço do pão, culminam no dia 14 com a tomada da Bastilha, prisão que simboliza a tirania absolutista. O governador da prisão e os guardas são massacrados pelo povo e todos os prisioneiros são libertados. Formam-se a Guarda Nacional, com milícia de cidadãos, e as comunas como novas divisões administrativas. Grande parte da nobreza emigra. Em 4 de agosto de 1789 a Constituinte abole o sistema feudal. 
 

O fermento só foi descoberto no século XIX?

        Louis Pasteur  (1822-1895) nasceu em Dole e morreu em Villeneuve I'Étang, na França. Em 1847, tornou-se doutor em física e química e lançou tese sobre cristalografia. Descobriu que a putrefação e a fermentação são causadas por microorganismos e desenvolveu a vacina anti-rábica (1885). Em 1888 foi inaugurado em Paris o primeiro Instituto Pasteur, onde o cientista trabalhou até morrer. O instituto logo teria filiais em vários países. 
 

Existem tantas variedades de pão?

        Supermercados e padarias em diversos países oferecem uma grande variedade de pães. Alguns dos tipos mais populares incluem o baguete crocante da França, o pita, que é chato e pode ser aberto formando um envelope que pode ser recheado, dos países árabes, a tortilha do México, que pode ser recheada com uma mistura de carne, vegetais e feijão; o pão de milho americano, o escuro pumpernickel da Rússia ,pesado como uma tábua; o panetone doce da Itália e as broas de mandioca do Brasil. 

(Disponível em: http://penta.ufrgs.br/~julio/pao/curios.htm)

SIGNIFICADOS RELIGIOSOS DO PÃO

pão representa um dos alimentos essenciais mais antigos presentes em várias culturas do mundo. Simboliza não somente um alimento para o corpo, sobretudo, representa umalimento espiritual e, por isso, o pão simboliza a vida, a renovação, a prosperidade, ahumildade, o sacrifício.

Cristianismo

No Cristianismo o pão simboliza o corpo de Cristo, escolhido por ele na Última Ceia, para representar seu corpo “O Pão da Vida”, enquanto que o vinho representa o sangue de Jesus. Nesse ínterim, partir o pão simboliza o sacramento cristão, ou seja, a partilha, o Cristo Eucarístico e da Comunhão.
Além disso, Jesus multiplicou os pães e os peixes, a fim de acabar com a fome de seus fiéis, alimentos estes que simbolizam a ressurreição e a eternidade: “(...) quem comer deste pão viverá eternamente”.
Para tanto, esse alimento sagrado, segundo os cristãos deve ser produzido com o trabalho, a dedicação tal qual Jesus afirma para Adão: “Com o suor de teu rosto, comerás teu pão”.

Pão Ázimo

Também chamado de "matzá", o pão ázimo é um pão assado sem fermento que segundo a tradição judaica-cristã foi feito pelos israelitas antes da fuga do Antigo Egito. Na Páscoa Judaica (Pessach) é tradicional comer o pão ázimo, visto que comer fermentados nesse período festivo é contra as leis judaicas. Assim, ele simboliza a fé e o sagrado.

Trigo

Componente essencial do pão, para os egípcios, o trigo simbolizava a imortalidade e estavam associados também à fertilidade, as colheitas e, sobretudo, ao verão.

Pão nos Sonhos

Sonhar com pão é bom agouro, o qual simboliza a prosperidade e, na maioria dos casos, sugere o sucesso profissional e pessoal. Por outro lado, sonhar com pão envelhecido, mofado, deformado ou queimado, indica mau presságio e dificuldades financeiras, pessoais ou profissionais.
(Disponível em: http://www.dicionariodesimbolos.com.br/pao/)

SUGESTÃO DE LEITURA
O CULTO DO PÃO 
(Disponível em PDF, em: 
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/4297/1/O%20culto%20d...pdf)



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